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    Reações adversas à cloroquina disparam 558% e Anvisa já registra nove mortes, diz levantamento

    Os números apontaram que notificações por efeitos adversos associados ao uso da cloroquina aumentaram de 139 em 2019 para 916 em 2020, alta de 558%. Após março de 2020, a Anvisa notificou nove mortes por efeitos adversos decorrentes do uso de medicamentos do chamado "kit Covid", defendido por Jair Bolsonaro

    Notificações por efeitos adversos da cloroquina disparam no Brasil (Foto: Divulgação)
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    247 - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) notificou, após de março de 2020, nove mortes por efeitos adversos decorrentes do uso de medicamentos do chamado "kit Covid" como cloroquina e hidroxicloroquina, remédios sem comprovação científica no tratamento contra a Covid-19. No caso da cloroquina, recomendado por Jair Bolsonaro, o aumento nas notificações por efeitos adversos foi de 558%. Os dados constam de um levantamento feito pelo jornal O Globo com base no Painel de Notificações de Farmacovigilância mantido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

    Os números apontaram que notificações por efeitos adversos associados ao uso da cloroquina aumentaram de 139 em 2019 para 916 em 2020, alta de 558%. No mesmo período, a quantidade de notificações referentes a todos os medicamentos saiu de 8.587 em 2019 para 19.592 no ano seguinte, aumento de 128%.

    Do total de eventos adversos notificados, 96% estavam no Amazonas, um dos estados que mais sofreram com a pandemia, chegando a faltar até tubos de oxigênios em unidades de saúde. Entre os principais efeitos adversos notificados estão: distúrbios dos sistemas nervoso, gastrointestinal, cardíaco e psiquiátrico.

    Gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Anvisa, Suzie Gomes reforçou que o "único produto autorizado na Anvisa para o tratamento da doença Covid-19 é o Remdesivir, que pode ser administrado no ambiente intra-hospitar". 

    "É importante frisar que nenhum medicamento é isento de riscos. E esses riscos podem ser agravados pelo uso indiscriminado e sem orientação profissional. Isso vale para todos os medicamentos", disse. "A avaliação dos possíveis eventos adversos é uma rotina da área de farmacovigilância e compõe uma etapa importante da avaliação de segurança, mas não é a única".

    Ministério recomendou cloroquina

    Em janeiro,  usuários do Twitter criaram perfis fictícios para acessar o aplicativo do ministério da Saúde, então comandado pelo general Eduardo Pazuello, e constataram que a plataforma receitou a cloroquina contra a Covid-19, diferentemente do que havia dito o general.

    Pessoas que nem sabiam se estavam com a doença receberam como sugestão o uso do remédio, que também valeu até para recém-nascido.

    Estatísticas da pandemia

    De acordo com a plataforma Worldomters, que disponibiliza dados globais sobre a pandemia, o Brasil registrou, até o momento, 12,9 milhões de casos de coronavírus, número que só é inferior ao dos Estados Unidos (31,4 milhões). O governo brasileiro também contabilizou a segunda maior quantidade de óbitos (331 mil). Os EUA têm o contingente de mortes mais alto (568 mil).

    No sábado (3), o Brasil chegou a 19.182.802 de pessoas que tomaram a primeira dose de vacina contra a Covid-19. Do total, 5.342.361 pessoas receberam a segunda dose, o que representa 2,52% da população com a imunização completa. 

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