Tratamento com cloroquina, recomendado por Bolsonaro, não serve para nada, diz médico francês
O infectologista Pierre Tattevin diz que a medida do governo de Jair Bolsonaro para o uso da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves, “não faz sentido”. “O tratamento com esse remédio, que foi levantado logo no início como uma promessa por alguns pesquisadores franceses, inclusive, não serve para nada”, reforçou
247 - O infectologista, professor do Hospital Universitário de Rennes e presidente da Sociedade de Patologias Infecciosas de Língua Francesa, Pierre Tattevin, disse que “a cloroquina não serve para nada” no tratamento ao coronavírus. As informações são da Veja.
Para ele, um dos problemas da cloroquina é que, assim como outros tratamentos, ela “recicla moléculas já existentes”, utilizando um medicamento que “originalmente foi desenhado para outra doença que não seja a Covid-19”.
Para ele, “a terapia mais promissora atual é a que utiliza plasma sanguíneo de pessoas já recuperadas em doentes”, pois “ela se encaixa nos tratamentos que estimulam o sistema imunológico para se defender do vírus com anticorpos específicos para isso”.
“Há também os trabalhos com a vacina BCG, originalmente contra a tuberculose, que alguns cientistas acreditam que possa agir positivamente no sistema de defesa do corpo contra infecções de uma maneira geral”, ressaltou.
O infectologista diz que a medida do governo de Jair Bolsonaro para o uso da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves, “não faz sentido, até porque sabemos que 85% dos infectados não precisa de nenhum tratamento, apenas esperar que a infecção passe”. “O tratamento com esse remédio, que foi levantado logo no início como uma promessa por alguns pesquisadores franceses, inclusive, não serve para nada”.
No Brasil, Jair Bolsonaro mudou o protocolo da cloroquina quando o general Eduardo Pazuello assumiu interinamente o Ministério da Saúde, com a saída de Nelson Teich. Por outro lado, na França, o uso de cloroquina para tratar o coronavírus foi proibido pelo governo.
A Organização Mundial Saúde (OMS) também desaconselhou o uso da substância e suspendeu os estudos com o remédio por risco de morte em pacientes. A Sociedade Brasileira de Cardiologia também aconselhou contra o uso da cloroquina.
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