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    CPI notifica Bolsonaro para que ele se manifeste sobre denúncias de Luis Miranda à comissão

    Senador Omar Aziz afirmou durante a sessão que enviou uma carta a Jair Bolsonaro para que ele confirme ou negue a denúncia de que foi alertado sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin

    (Foto: Reprodução)
    Aquiles Lins avatar
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    (Reuters) - O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), cobrou nesta quinta-feira do presidente Jair Bolsonaro uma resposta sobre a acusação do deputado Luís Miranda (DEM-DF) de que ele teria relacionado o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), com suspostas irregularidades na compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.

    Aziz afirmou que ele, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), vão enviar nesta quinta uma carta ao presidente pedindo uma resposta sobre o que foi dito por Luís Miranda em depoimento à CPI.

    Segundo o deputado federal, que afirma ter apresentado pessoalmente a Bolsonaro no Palácio da Alvorada indícios de irregularidades no contrato para a compra da Covaxin, o presidente respondeu ao relato dizendo ser "coisa do Ricardo Barros". Bolsonaro ainda não comentou a declaração de Miranda sobre Barros, que foi dada em 25 de junho.

    "Hoje, eu, o vice-presidente e o relator estamos mandando uma pequena carta para o senhor, para o senhor dizer se o deputado Luis Miranda está falando a verdade ou está mentindo. O senhor não responde", disse Aziz em pronunciamento durante reunião da CPI.

    "É só uma resposta, presidente, só uma que o Brasil quer ouvir... Por favor, presidente, diga para a gente que o deputado Luis Miranda é um mentiroso, diga à nação brasileira que o deputado Luís Miranda está mentindo, que o seu líder na Câmara é um homem honesto", acrescentou.

     Leia a carta na íntegra:


    Bolsonaro nega que qualquer irregularidade tenha sido cometida pelo governo federal nas negociações da Covaxin, mas nunca comentou diretamente em público sobre a suposta menção a Barros. O líder do governo na Câmara afirma que jamais participou de qualquer negociação em relação à compra da Covaxin.

    Após as denúncias de supostas irregularidades, o Ministério da Saúde suspendeu o contrato de compra da Covaxin para realizar uma investigação interna.

    Em sua fala na CPI nesta quinta, Aziz voltou a rebater ataques de Bolsonaro à comissão, afirmando que o presidente não conseguirá impedir o andamento do colegiado, que investiga suspeitas de irregularidades cometidas pelo governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

    Aziz disse que nunca chamou Bolsonaro de "genocida", "ladrão" ou que "fazia rachadinha no seu gabinete", mas afirmou que considera que ficou claro que o presidente "é contra a ciência" e tentou desqualificar as vacinas que estão salvando vidas no país.

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