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    Ernesto Araújo, que falou em 'comunavírus' e 'pesadelo comunista', mente à CPI e diz nunca ter feito ataques à China

    "Não vejo hostilidade em relação à China", disse, em depoimento na CPI da Covid, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que em abril de 2020 escreveu sobre "comunavírus" e "vírus ideológico" para se referir ao país asiático. "Não vejo nada de ofensivo à China", disse nesta terça. "Como é que não é ofensivo?", questionou Omar Aziz

    Ex-chanceler Ernesto Araújo (Foto: Jefferson Rudy - Ag. Senado)

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    247 - Em depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira (18), o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que tenha causado conflitos diplomáticos com a China e ouviu do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão, que estava mentindo sistematicamente. 

    Araújo usou os termos "comunavírus", "vírus ideológico" e apontou ameaça de "pesadelo comunista" em artigo publicado em seu blog pessoal em abril de 2020 ao se referir à China. No depoimento desta manhã, o ex-chanceler disse que o texto era uma interpretação sua do artigo de outro autor, o renomado filósofo Slavoj Zizek, que já desmentiu Ernesto Araújo na ocasião. "Ele não entendeu a questão", afirmou o intelectual.

    À CPI, o ex-chanceler disse que não teve responsabilidade com os conflitos com o país asiático. "Minha responsabilidade, entendo que nenhuma. Nada que tenha feito pode ser interpretado como percalços no recebimento de insumos", disse. "Não vejo hostilidade em relação à China", acrescentou. 

    Ernesto Araújo, que deixou o Ministério das Relações Exteriores no final de março, afirmou que suas expressões não foram 'ofensivas'. "Não vejo nada de ofensivo à China". "Como é que não é ofensivo?", questionou Aziz. "Nossa relação com a China é muito antiga para que a gente jogue tudo por água abaixo", continuou o senador, fazendo um retrospecto sobre a importância da relação comercial entre Brasil e China.

    O Ministério das Relações Exteriores também enviou, em novembro de 2020, uma nota para a embaixada da China respondendo crítica do país asiático contra o ataque feito por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chegando a pedir retratação do embaixador chinês no Brasil. Também sugeriu que a China estaria tentando 'controlar o mundo'.

    No Senado, Araújo declarou sobre o episódio: "Não saí em defesa do filho do presidente. Mas o embaixador tinha feito postagem ofensiva, que extrapolava às funções dele".

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