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    Familiares de vítimas da Covid se emocionam, pedem Justiça e criticam Bolsonaro na CPI

    “O sangue dessas mais de 600 mil vítimas escorre nas mãos de cada um que subestimaram esse vírus”, disse Katia dos Santos, que perdeu os pais. Relatos emocionaram os senadores presentes

    Parentes de vítimas e senador Randolfe se emocionam na CPI (Foto: Agência Senado)

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    247 - A CPI da Covid trouxe na sessão desta segunda-feira (18) relatos de familiares de vítimas da pandemia do coronavírus. Viúvas e viúvos, órfãs, pais que perderam seus filhos estiveram presentes e emocionaram também os senadores. Os depoimentos também trouxeram duras críticas à condução do governo Bolsonaro durante a pandemia, cobraram Justiça e elogiaram o trabalho da Comissão.

    “Merecíamos um pedido de desculpas”, disse o taxista Marcio Antônio do Nascimento da Silva, que relatou ter perdido a irmã e o filho Hugo Dutra do Nascimento Silva, de 25 anos. Hugo foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Copacabana, no Rio de Janeiro, transferido para um hospital e intubado por 15 dias.

    Durante o depoimento de Giovana Mendes, que perdeu os pais, até o intérprete de Libras se emocionou. Hoje com 19 anos, ela vai ter a guarda da irmã de 11 anos. Giovana fez um apelo para que as pessoas se vacinem e criticou a postura de Bolsonaro. “Se ele tivesse ideia do mal que ele faz para a nação, além de todo o mal que ele fez, ele não faria isso”, disse.

    A depoente Rosana Maria dos Santos Brandão não chorou ao falar sobre a perda que sofreu por conta da pandemia, e atribuiu sua resiliência ao espírito de luta da ex-presidente Dilma Rousseff. "Todas as pessoas perderam, estão sofrendo de uma maneira ou de outra. Pouco tempo atrás ouvi a ex-presidente do país, e a repórter perguntou, na época que ela era presidente, se ela chorava durante as torturas da ditadura civil-militar. A presidenta dizia que não chorava na tortura e que não devia chorar, que era assim que conseguia lidar com isso. Me achei bastante parecida”.

    A enfermeira Mayra Pires Lima, moradora de Manaus, palco de um colapso na rede pública de saúde que culminou na morte de pacientes por falta de oxigênio, perdeu a irmã em janeiro deste ano, deixando quatro crianças. Ela relatou aos senadores a dificuldade para se conseguir um leito de UTI na ocasião.

    “Em cinco dias de sintomas, na fase inflamatória da doença, ela precisava de UTI, e, infelizmente, a UTI demorou dez dias enquanto ela estava no hospital. A cidade de Manaus virou um deserto. As únicas pessoas que andavam em Manaus eram os profissionais de saúde, a polícia e os serviços essenciais, porque, se a população toda adoece, você pode mandar uma grande quantidade de oxigênio que você não vai resolver”, contou.

    Já Katia dos Santos disse que “o sangue dessas mais de 600 mil vítimas escorre nas mãos de cada um que subestimaram esse vírus”, em critica direta a Bolsonaro e outros integrantes do governo. 

    Para o sociólogo e professor da UFRJ Michel Gherman, “não faltam mais testemunhos para contar a história do genocídio brasileiro”. Ele destacou ainda o “importantíssimo testemunho na historiografia dos genocídios” na sessão desta segunda-feira.

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