Renan Calheiros: Bolsonaro tinha o dever de agir, mas aceitou a morte de brasileiros e brasileiras
Senador Renan Calheiros lê nesta quarta-feira seu relatório final da CPI da Covid, no qual afirma considerar "a mais grave omissão do governo federal o atraso na compra de vacinas": “120 mil vidas poderiam ter sido salvas até março de 2021"
247 - O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), lê em sessão nesta quarta-feira (20) seu relatório final, que pede o indiciamento de Jair Bolsonaro por diversos crimes. Para o parlamentar, Bolsonaro, como chefe do governo federal, tinha como dever proteger os brasileiros, mas simplesmente assistiu, paralisado, às mortes de brasileiros e brasileiras pelo coronavírus.
O relator afirmou considerar o atraso na compra de vacinas "a mais grave omissão" do governo Bolsonaro.
Confira alguns dos destaques feitos pelo senador durante a leitura do relatório:
"Houve deliberado atraso na aquisição de imunizantes, em evidente descaso com a vida das pessoas”;
“Com esse comportamento, o governo federal, que tinha o dever legal de agir, assentiu a morte de brasileiros e de brasileiras”;
"Governo foi omisso e optou por agir de forma não técnica e desidiosa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa";
"Propagação de notícias falsas gerou clima de insegurança na população (...) e contribuiu significativamente para o número de casos e mortes";
"Bolsonaro agiu em contrariedade à orientação técnica e desprezou qualquer alerta que contrapusesse suas ideias sem fundamento científico";
“Até maio de 2021 não havia estratégia do governo federal para enfrentar a pandemia”;
"A ênfase do governo foi em proteger a economia, bem como a manutenção do comércio com a bandeira 'O Brasil Não Pode Parar'";
"Governo também defendeu o uso de medicamentos quando o mundo já informava que eram remédios ineficazes";
"120 mil vidas poderiam ter sido salvas até março de 2021. A mais grave omissão do governo federal foi o atraso na compra de vacinas";
"Governo optou por comprar vacinas de atravessadores";
"O governo se recusou a fornecer insumos vitais como a água e usou a pouca assistência como álibi no dever de proteger [os povos indígenas]".
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