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    Wajngarten mente na CPI sobre campanha que usou só negacionistas e não indicou uso de máscaras nem distanciamento

    Ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten afirmou na CPI que o governo gastou milhões de reais com campanhas alertando a população com uso de máscaras, distanciamento e álcool em gel. Mas a campanha veiculada pelo governo é feita apenas por negacionistas e chegou a ter o slogan "o Brasil não pode parar". Assista

    (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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    247 - O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten mentiu descaradamente na CPI da Covid, nesta quarta-feira (12), e afirmou que o governo Jair Bolsonaro promoveu campanhas alertando sobre as recomendações de autoridades de saúde para a prevenção da Covid-19.

    "Na primeira campanha, Otávio Mesquita (jornalista) já falava sobre álcool em gel e uso de máscaras. Faz parte do cunho criativo. Assim como usamos jogadores em outros momentos", disse.

    A campanha, no entanto, não recomendou o isolamento social e dá o seguinte conselho: "Não precisa sair correndo para o hospital por causa de um simples resfriado." E também diz que "é preciso ter calma" (assista abaixo).

    A peça teve como participantes o jogador Felipe Melo, o jornalista bolsonarista Ernesto Lacombe, o apresentador Sikêra Jr., também pró-bolsonaro, o chef de cozinha Carlos Bertolazzi, o cantor Zezé Di Camargo, a doutora Ana Escobar, que foi a favor da volta de aulas presenciais, e o lutador Minotauro.

    O ex-chefe da Secom disse que o governo gastou centenas de milhões de reais em campanhas e fez 11 grandes peças publicitárias sobre a pandemia desde fevereiro do ano passado, sendo quatro da Secretaria de Comunicação e sete do Ministério da Saúde. "O presidente nunca pediu que fizessem campanhas sobre nenhum tipo, de nenhum tema, jamais", disse. “Não houve nenhuma pressão externa", afirmou. 

    'O Brasil não pode parar'

    Em março de 2020, o governo Bolsonaro também lançou a campanha "O Brasil não pode parar", cujo custo para os cofres públicos não foi divulgado e defendeu que o isolamento deve se restringir apenas aos idosos, principal grupo de risco - à época - para a Covid-19, enquanto para os demais, seria necessário "voltar à normalidade".

    "A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", diz o texto.

    Em abril do ano passado, em um comunicado ao STF, o governo federal afirmou que publicações da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) com o slogan "o Brasil não pode parar" não faziam parte de uma campanha publicitária, mas de um "ato isolado de comunicação".

    Blindagem de Bolsonaro

    Na tentativa de blindar Bolsonaro, que em várias ocasiões violou recomendações de profissionais de saúde, o ex-chefe da Secom disse que os "atos de Bolsonaro pertencem a ele". 

    Questionado sobre o impacto de várias mensagens de Bolsonaro contrárias a recomendações da ciência, Wajngarten afirmou que a "população recebe inúmeras mensagens e é um complemento de informações que vai resultar na formação" de uma posição. 

    "A impressão que se tem é uma impressão equivocada em dizer que o governo não comunicou. Com muita técnica, isenção e profissionalismo, a gente fez campanha todos os meses", disse.

    Assista às duas campanhas:


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