Bitcoin recua e é cotado abaixo de US$ 28 mil
Analistas avaliam que a principal criptomoeda do mercado “está à deriva”
Infomoney - O rali do Bitcoin (BTC) chamou muita atenção neste ano e ganhou os holofotes. No entanto, a moeda digital aparentemente interrompeu seu avanço e empacou em uma pequena faixa de preço em torno dos US$ 28.000, um importante ponto de negociação em torno do qual tem perambulado nos últimos dias.
Na manhã desta quinta-feira (6), o ativo digital era negociado a US$ 27.861, com recuo de 2,40% nas últimas 24 horas. “(O Bitcoin) está meio que à deriva”, disse Alex Coffey, estrategista sênior de negociação da TD Ameritrade, em entrevista para a Bloomberg.
A divulgação de dados econômicos importantes nesta semana, como os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e o Payroll, no entanto, podem – ou não – dar um impulso na criptomoeda. O consenso Refinitiv estima uma abertura de 238 mil nos dados de março, uma desaceleração em relação às 311 mil de fevereiro.
“Essas duas notícias podem ser os combustíveis que faltam para empurrar o Bitcoin para cima de US$ 31.000. Caso venham acima do esperado (a primeira) e abaixo do esperado (a segunda), podemos ver o Bitcoin romper a resistência dos US$ 30.000″, disse Fernando Pereira, analista da Bitget.
Chris Newhouse, trader de derivativos da empresa de investimentos em cripto GSR, disse para a Bloomberg que o mercado de cripto normalmente é impulsionado por narrativas de curto prazo, bem como por traders que seguem diferentes tendências. De acordo com ele, muitos investidores podem estar esperando pela divulgação desses dados antes de fazerem qualquer mudança de posição.
“O setor cripto é muito reflexivo”, falou. “Acho que faz sentido esperar e ver o que acontece.”
O Bitcoin, após a queda de um punhado de bancos nos Estados Unidos no mês passado, encenou uma recuperação que o elevou de cerca de US$ 20.000 para US$ 28.000 em questão de dias. Com isso, investidores voltaram a especular sobre possíveis motivos para a alta repentina, revivendo narrativas antigas, como a de que a moeda digital seria uma proteção contra a inflação e um porto seguro em meio à turbulência nas instituições bancárias tradicionais.
A subida de preço, que alcançou um acumulado de cerca de 70% no ano, ajudou a colocar o BTC no primeiro lugar entre os principais ativos em termos de desempenho no primeiro trimestre.
Mas o fato de o avanço da moeda ter parado nos últimos não é surpresa para Aya Kantorovich, ex-chefe de cobertura institucional da empresa FalconX. Os “fiéis do Bitcoin” impulsionaram a alta dos preços em março, mas, fundamentalmente, pouco mudou no mundo dos ativos digitais, segundo ela.
“Você não está necessariamente vendo novos usuários na rede”, disse Aya. O caos no setor financeiro inspirou os touros do Bitcoin a comprar mais moedas, mas os investidores institucionais buscaram segurança em outros lugares, em produtos como ETFs ou fundos mútuos. “As reações imediatas normalmente serão via investidores de varejo ou traders e instituições de cripto já engajadas.”
O mercado de criptoativos fez pouco para inspirar novos compradores. Atualmente, não há necessariamente “uma narrativa para qualquer ação de preço”, acrescentou Aya.
Dogecoin e NFTs
Enquanto isso, os especuladores voltaram sua atenção para outros tokens, como o Dogecoin (DOGE), que subiu até 30% esta semana depois que o Twitter apresentou o meme do cachorro no botão inicial do site. A criptomoeda atingiu US$ 0,10 nesta semana, preço que não era visto desde agosto do ano passado. Na manhã desta quinta, no entanto, a memecoin era negociada a US$ 0,09, com recuo de 5,49% nas últimas 24 horas.
Outras diversões incluíram tokens não fungíveis (NFTs) com tema de Donald Trump, que tiveram um aumento no volume de vendas quando o ex-presidente dos EUA foi indiciado na terça-feira (4).
A liquidez do mercado cripto e os volumes de negociação secaram, pois os investidores que entraram durante a pandemia ficaram à margem após os escândalos e implosões de 2022, incluindo o da exchange FTX.
Volumes em declínio são “talvez esperados em um mercado limitado, mas talvez não seja um sinal saudável, pois pode ser interpretado como uma indicação de que não há novos compradores nos níveis atuais”, escreveu Adam Farthing, da B2C2, em uma nota recente.
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