Caso Adele x Toninho Geraes: gravadora pede reunião de conciliação, mas frustra sambista, que chora e passa mal
Uma audiência na 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre a acusação de plágio envolvendo a música "Million years ago"
247- Uma audiência na 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre a acusação de plágio envolvendo a música "Million years ago", da cantora britânica Adele, e o clássico "Mulheres", de Toninho Geraes. A reunião, conduzida pelo juiz Victor Torres, foi marcada pela ausência da artista e de seu produtor, Greg Kurstin, coautor da canção de Adele, e por um momento de grande emoção do sambista brasileiro. As informações são do jornal O Globo.
O caso ganhou repercussão na última sexta-feira (13), quando o juiz expediu uma liminar determinando a retirada da música de Adele das plataformas digitais, sob pena de multa de R$ 50 mil. Apesar disso, a canção permanece disponível.
"Um escárnio total", diz advogada de Toninho
A advogada Deborah Sztajnberg, que representa Toninho Geraes, criticou duramente a postura dos réus e relatou a decepção com a audiência. “Em 38 anos de profissão, poucas vezes eu vi na minha frente um escárnio dessa forma. O que fizeram com o Toninho foi imoral. Trataram ele como lixo. Coisa de gravadora multinacional, acha que o pobre coitado vai cair na deles.”
Durante a reunião, que durou cerca de quatro horas, Toninho foi convidado a relatar sua versão da história, mas teve uma crise de choro e precisou ser amparado por sua equipe jurídica.
Segundo Deborah, esperava-se que Adele e Greg participassem remotamente, mas a ausência dos dois frustrou as expectativas. “Foram quase 4 horas de audiência. Se você pede uma reunião para acordo, você que faça sua proposta de acordo, afinal você é réu. Mas foi um escárnio total, eles disseram que não tem acordo. Ué, então algum capítulo da novela eu perdi.”
A advogada também destacou o desgaste emocional e físico de seu cliente. “Eu levo até lá o autor, desgastado, sem dormir, e que não é um garoto, tem 62 anos. Paramos todos para ir até lá, mas mobilizaram tudo isso pra nada.”
Perícia independente será realizada
A próxima etapa do processo será uma perícia técnica conduzida por uma professora da Escola de Música da UFRJ, conforme determinação do juiz. Até o momento, apenas laudos elaborados pelas partes envolvidas constavam nos autos.
Deborah Sztajnberg lamentou o impacto da situação sobre o sambista e cobrou respeito por parte da gravadora de Adele. “A gente está tão abalado quanto o Toninho, e pelo Toninho. Eles tinham que ter um pingo de dignidade com um senhor de 62 anos. A gravadora massacrou ele.”
Agora, a expectativa recai sobre o laudo preliminar que será elaborado pela perita, responsável por comparar as duas obras e oferecer um parecer técnico sobre a acusação de plágio. O caso segue em aberto, enquanto a música de Adele permanece disponível nas plataformas digitais.
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