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    Ator é censurado no 52° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (vídeo)

    A edição 2019 do 52° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado no Cine Brasília, nesta sexta-feira (22), foi marcada por vaias ao secretário de Cultura do DF, Adão Cândido, e censura ao ator Marcelo Pelucio. Veja

    Ator Marcelo Pelucio no Festival de Brasília (Foto: Reprodução YouTube)

    Por Tereza Cruvinel - Mais uma vez o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro mostrou-se um dos eventos culturais mais politizados do país, reunindo sua plateia engajada e crítica, que desde a ditadura faz história. 

    A abertura, nesta sexta-feira, 22, foi marcada por vaias e protestos contra o desmonte das políticas culturais, que não acontecem só no governo Bolsonaro, mas também em estados e unidades federativas governadas pela direita retrógrada, como é o caso do Distrito Federal com seu governador Ibaneis Rocha, que vem descumprindo as leis que regem políticas culturais, como o FIC e o FAC, fundos de apoio à cultura e ao cinema, respectivamente.

    O Secretário de Cultura, Adão Cândido, discursou sob uma prolongada vaia e gritos e “Fora Adão”. Mas ele falou e protestou, embora não tenha sido ouvido. O protesto foi resultado de sua gestão, em que um edital do FAC, no valor de R$ 25 milhões, foi cancelado pela secretaria.

    A coisa esquentou quando o ator Marcelo Pelucio tomou o microfone, após a apresentação da equipe da produtora Gullane, co-produtora do filme de abertura hors-concours, O Traidor, e leu um manifesto do Movimento Cultural do Distrito Federal, protestando contra o desmonte das políticas locais e nacionais. Um segurança tentou tomar-lhe o microfone e em seguida cortaram o som. Mais vaias e gritos de “censura” na mais ampla sala de cinema do país.

    Vieram algumas homenagens com certo viés PPS, partido que se rebatizou de Cidadania. São a ele ligados o secretário Adão, bem como o ator Stepan Nercessian, embora ele mereça, pelo conjunto da obra, a reverência recebida. Foram ainda homenageados Fernando Adolfo, um dos criadores do festival e o maestro Claudio Santoro (in memorian).

    Também foi homenageada a antropóloga e documentarista Debora Diniz, que se exilou ano passado depois de receber ameaças de morte por conta de seu documentário sobre o aborto. Ausente, ela mandou um vídeo tocante agradecendo a homenagem da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo. Um minuto de silêncio foi feito em sinal de luto pela morte do cineasta Fabio Barreto.

    A atriz Maria Paulo, que apresentou o evento, perdeu muitas vezes o controle da plateia, que finalmente pode assistir a O Traidor, de Marco Bellocchio, uma coprodução entre Brasil, Itália, França e Alemanha. Um filmaço sobre a Operação Mãos Limpas e o mafioso Tomaso Bucceta, preso no Brasil e deportado para a Itália. Mãos Limpas foi a inspiração de Sergio Moro mas o filme mostra que ele não pode, de modo algum, ser comparado ao juiz Giovani Falcone.

    Assista ao vídeo:

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