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    Fora da Globo, Wagner Moura vira produtor para mudar visão dos EUA sobre latinos

    "Acho que nós [latinos] somos muito subrepresentados na indústria cinematográfica americana, não só na quantidade de personagens, mas na maneira como eles são mostrados. É sempre a latina sexy, o cara violento, o traficante... Eu decidi virar produtor aqui com o único objetivo político de mudar isso", diz o ator Wagner Moura

    Wagner Moura em cena do filme Sérgio

    247 - Com vários projetos em Hollywood no currículo, o ator Wagner Moura conseguiu projeção mundial sem depender da Globo, onde fez apenas duas novelas. Agora, quer usar sua influência para mudar a visão dos norte-americanos sobre os latinos, especialmente no cinema e na TV.

    "Acho que nós [latinos] somos muito subrepresentados na indústria cinematográfica americana, não só na quantidade de personagens, mas na maneira como eles são mostrados. É sempre a latina sexy, o cara violento, o traficante... Eu decidi virar produtor aqui com o único objetivo político de mudar isso", diz ele ao Notícias da TV.

    O primeiro passo ele deu ao produzir e estrelar o filme Sergio, que a Netflix lançou na última sexta-feira (17). Ele interpreta o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello (1948-2003), um dos homens mais importantes em toda a história da ONU (Organização das Nações Unidas).

    "Foi muito especial fazer esse filme do jeito que eu tinha imaginado. Como é um cara da ONU, eu queria ter vários sotaques diferentes. Sou brasileiro, a Ana de Armas é cubana, o Clemens Schick é alemão, o Brían F. O'Byrne é irlandês... Temos figurantes do Iraque, Jordânia, Tailândia, Angola, Timor-Leste...", diz Moura, que reconhece que nem sempre um filme hollywoodiano se preocupa com tamanha variedade.

    Wagner também elogiou o seu par romântico no filme, Ana de Armas (que interpreta a economista argentina Carolina Larriera). A atriz cubana também está tentando quebrar a barreira dos latinos na indústria do entretenimento. Ela foi indicada ao Globo de Ouro deste ano por sua atuação em Entre Facas e Segredos e será um dos destaques de 'Sem Tempo para Morrer', próximo filme de James Bond.

    "Quando eu conheci a Ana, a primeira conversa que tivemos foi nesse sentido [de mudar a representação latina em Hollywood]. Ela vai interpretar Marilyn Monroe [no filme Blonde, previsto para ser lançado ainda em 2020], um ícone americano, e eu disse a ela o quanto isso é importante para os latinos", acrescenta.

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