Juca: caso Geddel revelou a natureza podre do governo Temer
Antecessor de Marcelo Calero no ministério da Cultura, durante o governo Dilma Rousseff, Juca Ferreira declarou, em entrevista à TV 247, que o escândalo que culminou na demissão de Geddel Vieira Lima revela a natureza do governo de Michel Temer; "É a primeira revelação das entranhas, eu diria podres, do atual governo", diz; o ex-ministro acrescenta um fato novo na demissão do seu sucessor no MinC; "O Geddel destratou o Calero, não sei dizer se publicamente, até pela condição dele de homossexual. O Geddel é claramente homofóbico. Aí ele [Calero] viu que a narrativa que estava sendo criada apontava que o erro era dele, então ele usou isso a favor dele"; assista à entrevista na íntegra
247 – Antecessor de Marcelo Calero no ministério da Cultura, durante o governo Dilma Rousseff, Juca Ferreira afirmou, na entrevista que concedeu à TV247, que o escândalo que culminou na demissão de Geddel Vieira Lima revela a natureza do governo de Michel Temer. "É a primeira revelação das entranhas, eu diria podres, do atual governo", diz.
Ao passar pela origem do episódio, cujo final foi a revelação de que Geddel pressionou Calero a agir pela liberação de uma obra embargada no centro histórico de Salvador, onde ele tem um imóvel de mais de R$ 2 milhões, Juca Ferreira relembra que o Iphan da Bahia, que deu parecer favorável à obra, vinha tendo as decisões bastante questionadas no Estado, e que por isso decidiu investigar.
"Criei uma comissão em meu gabinete para investigar as decisões do Iphan da Bahia que vinham sendo criticadas por arquitetos, por vários grupos de defesa da cidade, moradores do Pelourinho, da Barra", relata. "Era uma quantidade enorme [de questionamentos], dava indício de que existia de fato alguma coisa merecedora daqueles protestos", afirma.
A decisão do Iphan estadual em prol do espigão onde Geddel tinha um apartamento acabou sendo suspensa pelo Iphan nacional. "Depois descobrimos que havia imagens falsificadas no relatório que autorizava a construção", revela. "Eu não sabia quem estava por detrás dos interesses. Tomamos a decisão de demitir o superintendente do Iphan na Bahia", acrescenta.
No governo Temer, quando Marcelo Calero assume o ministério da Cultura, quem vai para o Iphan da Bahia "é o cara que assinou o relatório sobre o prédio", diz Ferreira. "Aí depois ficamos sabendo que quem estava por trás era o Geddel", conclui.
Em uma análise sobre a atitude de Calero, que denunciou o caso à imprensa e disse publicamente ter pedido demissão por ter sido pressionado por Geddel pra liberar a obra, e ainda por Michel Temer e pelo ministro Eliseu Padilha, Juca Ferreira disse que não faria o mesmo. "A deslealdade como um instrumento de trabalho, como recurso, sempre é degradante. O meio compromete o fim", opina.
Ferreira acrescenta um fato novo ao episódio. Segundo ele, ao contrário do que foi noticiado, Calero não pediu demissão do governo. Ele já teria sido demitido, e quando percebeu que sairia desgastado, tornou pública sua versão – inclusive na Polícia Federal – incriminando Geddel e o presidente. "Ele já estava demitido. O Geddel destratou o Calero, não sei dizer se publicamente, até pela condição dele de homossexual. O Geddel é claramente homofóbico. Aí ele (Calero) viu que a narrativa que estava sendo criada apontava que o erro era dele, então ele usou isso a favor dele".
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