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    "Lula é muito corajoso, e uma pessoa importante, porque ele luta pela paz", diz o cineasta Oliver Stone

    O cineasta, vencedor de três Oscar, dirigiu o documentário "Lula", sobre a vida do presidente. Filme foi aclamado foi aclamado durante sua exibição no Festival de Cannes

    Cena do filme 'Lula', de Oliver Stone, exibido em sessão especial no Festival de Cannes de 2024 (Foto: Divulgação)

    247 - O cineasta e documentarista Oliver Stone, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "é muito corajoso, e uma pessoa importante, porque ele luta pela paz", destacando tanto a política externa quanto às políticas sociais de Lula. A declaração, segundo a Folha de S.Paulo, foi feita durante uma conversa que Stone manteve com jornalistas acerca do documentário "Lula", dirigido por ele e que foi aclamado durante sua exibição, na noite deste domingo (19), no Festival de Cannes. Vencedor do Oscar pelo roteiro do filme "O Expresso da Meia-Noite", e pelas películas "Platoon" e "Nascido em 4 de Julho", Stone é considerado um dos diretores mais respeitados da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. 

    Na entrevista, o co-diretor do documentário também expressou sua admiração por Lula: "É uma pessoa na qual vemos força, alguém pragmático, e por isso o admiro mais do que ao Bernie Sanders, por exemplo", disse Wilson. O documentário foca principalmente na prisão política  em abril de 2018, no contexto da Lava Jato, e cobre eventos até as últimas eleições presidenciais, quando Lula derrotou Jair Bolsonaro (PL). O filme também revisita as origens nordestinas e sindicais de Lula, além de abordar o golpe parlamentar que resultou no afastamento da presidente Dilma Rousseff, em 2016. 

    Stone, que também é conhecido por suas obras sobre líderes latino-americanos como Fidel Castro e Hugo Chávez, aproveita "Lula" para criticar a política externa americana e seu impacto na América Latina. ""Nós, americanos, somos valentões. Valentões e arrogantes, e eu não podia ignorar isso neste documentário. Esses caras acham que podem interferir na política de todo mundo, e ninguém fala disso. São uns filhos da p***", afirmou Stone.

    Stone e Wilson sugerem no documentário uma possível manipulação americana na queda de Lula e outros líderes de esquerda na América do Sul, relacionando o apoio dos Estados Unidos ao golpe de 1964 com a Lava Jato. "Sergio Moro e vários políticos de seu partido estavam indo e voltando dos Estados Unidos na época. Não é estranho?", questionou.

    O documentário despertou grande interesse, com sessões esgotadas e aplausos calorosos até mesmo dos funcionários do festival, um feito incomum. Stone, contudo, ressaltou que o filme é feito a partir da perspectiva estadunidense e disse que Lula ainda não assistiu ao documentário, mas que enviará uma cópia ao presidente em breve.

    Apesar de cautelosos ao afirmar que ainda é cedo para avaliar se Lula alcançou seu objetivo em seu terceiro mandato, Stone e Wilson reconhecem os esforços do presidente na preservação da Amazônia mas alertam para o aumento do desmatamento no Cerrado e as dificuldades enfrentadas por Lula na transição energética.

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