Músicos em greve protestam contra a reforma da previdência com concerto aberto nas escadas da Ópera de Paris
Diante de uma multidão, os músicos da Ópera de Paris fizeram um concerto aberto nas escadas do Palácio Garnier na tarde deste sábado (18) como forma de protesto contra a reforma da previdência francesa
Cristiane Capuchinho RFI - Em greve há 45 dias, os artistas abriram uma exceção para esta apresentação diante de turistas, de parisienses, mas também de professores e outros trabalhadores que seguem com a paralisação.
A apresentação de cerca de 30 minutos começou com um trecho da ópera “Troianos”, de Berlioz, seguido por “Il trovatore”, de Verdi, e um trecho de “Carmen”, de Bizet. O espetáculo terminou com o hino francês, “A Marselhesa”, acompanhado por aplausos do público, que encaixava aqui e acolá gritos de “Viva a greve”.
Esta foi a quarta apresentação pública dos artistas que tentam sensibilizar a população para sua situação e fazem uma “caixinha de greve”. Na véspera do Natal, imagens das bailarinas dançando “O Lago dos Cisnes” rodaram o mundo.
Regime especial
A Ópera Nacional de Paris tem cerca de 1.600 membros, que se beneficiam de um regime especial de aposentadoria sob risco diante da proposta do governo Macron. A Comédie Française, que também conta com um regime especial, também está paralisada desde o início das manifestações.
Os funcionários das duas entidades pedem a retirara do projeto de reforma da previdência.
Os artistas desses órgãos têm um sistema especial concedido em 1698 pelo rei Luís XIV que permite aos músicos se aposentarem aos 60 anos, coristas, aos 57 anos e dançarinos, aos 42 anos. O sistema teria fim na proposta atual, e eles teriam de entrar no regime universal.
Desde dezembro, 67 espetáculos Ópera de Paris foram cancelados, uma perda de mais de 12 milhões de euros em receitas comerciais. Esta é certamente a greve mais longa dos últimos 30 anos, informou um porta-voz.
Na Comédie Française, 31 das 39 apresentações foram canceladas em dezembro, uma perda financeira superior a 620.000 euros. As peças, no entanto, foram retomadas em janeiro.
(Com informações da AFP e Reuters)
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