"Não há como falar em eliminação do preconceito racial, sem falar em Luiz Gama", afirma especialista

247 - O advogado e historiador do direito Bruno Rodrigues de Lima, reconhecido como o maior especialista na obra do grande advogado Luiz Gama, abolicionista e um dos grandes pensadores da formação social brasileira, lança a pergunta: “Como se vai falar em eliminação da descriminação racial se o principal pensador do tema no Brasil, e ouso dizer no século 19 como um todo no mundo, um brasileiro, baiano, não é lido?”

Bruno Lima acaba de lançar “Luiz Gama contra o Império: A luta pelo direito no Brasil da Escravidão”, livro que é uma versão revista e atualizada da tese de doutorado que rendeu ao autor o prêmio Walter Kolb de melhor tese de doutorado da Universidade de Frankfurt.

Em entrevista ao programa Mario Vitor e Regina Zappa, que causou emoção e entusiasmo ao público da TV 247, Bruno Lima afirmou: “Luiz Gama lançou um jornal chamado democracia, em 1867, com uma agenda programático para o fim do império e da escravidão, onde define sua democracia como socialista. Isso em 1867. Temos alguém, antes da Comuna de Paris, ligando duas ideias chaves em uma democracia e socialismo. Um homem preto, que foi escravizado, filho de uma liderança política da magnitude de Luiza Mahin e a gente não leu. Esse é um escândalo nacional. Que as universidades não ensinam, que não estão nos currículos escolares”.