Ação do Assaí estreia na bolsa em alta de 400% após cisão; Pão de Açúcar cai mais de 70%
Papel ASAI3 é fruto da cisão da operação de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar
Infomoney - As ações da Sendas (ASAI3), subsidiária que controla o Assaí, – estreiam na B3 na sessão desta segunda-feira (1) depois da cisão com o Pão de Açúcar (PCAR3 ) na última sexta-feira (26). Após uma hora de leilão, por volta das 11h (horário de Brasília), os papéis de ASAI3 e de PCAR3 abriram com movimentos bastante distintos.
Às 12h38 (horário de Brasília), os ativos ASAI3 subiam 379,81%, a R$ 70,53, enquanto os papéis PCAR3 tinham baixa de 72,55%, a R$ 20,50. Na máxima do dia, os papéis ASAI3 chegaram a saltar 406,54%, a R$ 74,41, enquanto PCAR3 chegou a cair 73,31% na mínima, a R$ 17,41.
A cisão aconteceu na última sexta-feira: todas as ações compradas e detidas de PCAR3 na ocasião tiveram direito de receber ações ASAI3 na mesma proporção.
O preço inicial do leilão, que teve início às 9h45 desta segunda, foi definido com base no capital social de cada companhia. O preço de ASAI3 foi definido a R$ 14,69, correspondentes a 17,7% que a empresa possuía no capital do GPA, e o de PCAR3 em R$ 68,30, equivalente a 82,3% do capital social do grupo. Na sexta, os ativos PCAR3 fecharam a R$ 83.
De acordo com a XP Investimentos, o movimento brusco das duas ações já era amplamente esperado (veja mais clicando aqui) apontando ser preciso ter cuidado ao olhar o comportamento dos preços das duas ações nesta segunda-feira.
“Para entender o real resultado do seu investimento em PCAR3, deve-se somar os preços das duas ações (PCAR3 e ASAI3) e comparar com o preço de fechamento da ação PCAR3 na última sexta-feira [de R$ 83]”, avaliam os analistas.
Em primeiro lugar, o preço de PCAR3 tem uma forte queda uma vez que antes refletia a soma de duas companhias, enquanto nesta segunda-feira passa a refletir de apenas uma: “PCAR3 cair não significa que a ação é ruim: é apenas um movimento natural para refletir a saída das operações de Assaí”, apontam. Assim, a melhor forma de interpretar o novo preço de PCAR3 será olhar para o seu múltiplo negociado de preço sobre lucro esperado para 2021 e perspectivas do negócio.
A XP aponta que segue otimista com a perspectiva das duas operações e, portanto, reitera recomendação de compra para os dois ativos com um preço alvo de R$ 103,0 por ação, comparável à soma dos preços de ASAI3 e PCAR3 na segunda-feira: no final da manhã, os papéis, juntos, estavam cotados em cerca de R$ 91, ainda configurando um potencial de valorização de cerca de 13%.
Na sexta-feira, a equipe de analistas apontou que o preço da ação seria definido com base no valor atribuído pelos investidores a cada companhia. E, ao assumir que a ação ASAI3 irá negociar em linha com o múltiplo atual do Grupo Mateus (GMAT3), estimava-se um preço em torno de R$ 71,90 por ação, o que é o preço de uma realidade puramente contábil (capital social da companhia) para uma realidade de valor de mercado. Já para PCAR3, o preço da ação esperado seria em torno de R$ 11,10, de acordo com estimativas estabelecidas pela equipe de análise na ocasião.
Nesta segunda-feira, o Itaú BBA também revisou as suas estimativas para PCAR3 em meio à cisão, com um novo preço-alvo de R$ 39 para o papel (ante R$ 95 antes da cisão) e com um preço justo de R$ 75 para os ativos ASAI3.
“Portanto, as duas companhias juntas têm um preço justo para o ano de 2021 de R$ 114 por ação, e estamos mantendo nosso rating de outperform para as ações”, avaliam os analistas do BBA.
