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    Ações da Petrobras têm queda forte na Bolsa após saída de Prates

    Investidores estão preocupados com temas como distribuição de dividendos, política de preços, planos de investimento, passivos fiscais contingentes e outros

    (Foto: ABR)

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    Infomoney - As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) registram um dia de forte queda na Bolsa brasileira, já antecipada pelo movimento dos ADRs (recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) após a repentina saída de Jean Paul Prates da presidência da estatal e a indicação da ex-ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) Magda Chambriard. A mudança em si não foi tão surpreendente, mas o momento da saída de Prates pegou os investidores de surpresa e levantou novamente os riscos de governança da estatal. Assim, na B3, após cerca de dez minutos em leilão, os papéis PN abriram, passando a ter queda de 6,58%, a R$ 38,18, às 10h16 (horário de Brasília). As ações ON ficaram em leilão até 10h15, abrindo com queda de mais de 7% e com desvalorização de 7,17%, a R$ 39,85, às 10h17.

    A XP aponta que a mudança repentina na gestão adiciona significativa incerteza ao caso de investimento da estatal e consequentemente aumenta seu risco.

    Os analistas da casa lembram que vários veículos de comunicação noticiaram que o descontentamento político com a relativa independência da Petrobras do governo foi uma das principais motivações por trás da mudança de CEO.

    “Este contexto provavelmente levantará preocupações dos investidores minoritários sobre o possível risco de interferência do acionista majoritário (ou seja, o Governo) na gestão da empresa”, avalia a equipe de análise.

    Os investidores estão particularmente preocupados com conflitos de interesse em temas como distribuição de dividendos, política de preços, planos de investimento, passivos fiscais contingentes e outros, citam os analistas.

    “Embora não esperemos mudanças significativas nos dividendos e planos de capex a curto prazo, reconhecemos que a incerteza aumenta consideravelmente a percepção de risco”, apontaram em relatório antes da abertura do mercado, já prevendo assim reação negativa na sessão de negociação.

    O Bradesco BBI acredita que o mandato de Magda Chambriard será focado em usar a posição da Petrobras para desenvolver ainda mais a cadeia nacional de fornecimento de petróleo, possivelmente resultando em maiores investimentos para a Petrobras (potencialmente através da contratação de mais plataformas, navios de apoio, navios-tanque e navios de cabotagem), e fornecendo mais alívio de capital de giro para a indústria. O plano de investimentos da Petrobras poderia aumentar em tamanho e escopo, mas também é importante destacar que o investimento em navios de apoio não seria necessariamente feito pela Petrobras, e muito provavelmente será realizado por operadoras.

    Em termos de política de preços e política de dividendos da Petrobras, o BBI não acredita que Magda Chambriard tentará alterá-las, pois geralmente são fontes de embate que podem potencialmente entrar em conflito com a Lei das Estatais do Brasil e/ou com acionistas minoritários e autoridades legais locais/internacionais (como a SEC).

    O banco projetava já uma sessão de queda, mas avalia que, se o diagnóstico feito por eles estiver correto, as ações poderão se recuperar gradualmente, como em casos anteriores de momentos agitados para a Petrobras.

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