"Acordo com União Europeia é conquista histórica do presidente Lula", diz Prates

247 - Após intensas negociações e mudanças no cenário geopolítico global, o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) foi finalmente destravado. Com novos compromissos em áreas como sustentabilidade, compras governamentais e proteção industrial, o tratado foi celebrado por autoridades e especialistas como um marco histórico para o Brasil e para a América Latina.  

Jean Paul Prates, ex-senador e ex-presidente da Petrobras, destacou a relevância estratégica do pacto: "muito além de apenas levar a uma redução nos preços de produtos europeus no Brasil, o tratado Mercosul-UE se mostrará muito mais significativo do que parece, para os dois lados. Une estrategicamente os dois blocos hoje mais fragilizados pela nova ordem geopolítica, econômica e tecnológica". 

Prates ainda classificou o acordo como uma vitória política do governo Lula: "a América Latina (e o Brasil) começa a evitar virar um mero ‘outro lado do mundo’. Sem dúvida, uma histórica conquista do governo do presidente Lula".  

Compromissos sustentáveis e salvaguardas - Entre os avanços mais significativos do tratado atualizado está a inclusão de um mecanismo de sustentabilidade que vincula o Acordo de Paris ao pacto comercial. Esse dispositivo estabelece responsabilidades ambientais diferenciadas, garantindo que o desenvolvimento econômico dos países sul-americanos seja considerado nas decisões comerciais.  

Para proteger a indústria regional, especialmente no setor automotivo, o acordo também prevê salvaguardas para evitar surtos de importações de veículos elétricos europeus, um tema sensível para o Brasil e a Argentina.  

Outro destaque foi o capítulo de compras governamentais, que assegura acesso preferencial das empresas do Mercosul ao mercado público europeu, preservando áreas estratégicas como saúde e tecnologia.  

Resolução de controvérsias - Para minimizar possíveis atritos comerciais, o acordo reforçou o mecanismo de resolução de controvérsias. Com isso, tarifas ambientais unilaterais aplicadas pela UE a produtos de regiões de desmatamento terão de ser discutidas previamente, prevenindo disputas comerciais.  

Perspectiva de futuro - Especialistas avaliam que o tratado poderá impulsionar exportações agrícolas e industriais, além de atrair investimentos bilionários para a região. Após anos de impasse, o acordo Mercosul-UE deixa de ser uma promessa para se tornar uma estratégia concreta de desenvolvimento e integração global.