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Analistas dizem que queda de 2% no IBC-BR, a prévia do PIB, é pontual e não deve impactar crescimento da economia

"Variações mensais não são muito explicáveis, a comparação anual é bem melhor", disse Paulo Feldman, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP)

Estado de São Paulo corresponde 31,6% do PIB nacional, mas perde participação na soma de todas as riquezas do País (Foto: Agência Brasil)

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247 - A queda de 2% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) referente ao mês de maio em comparação a abril, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), não causou preocupação entre especialistas e analistas do mercado financeiro. Segundo a CNN Brasil, a avaliação é que a retração é pontual e não compromete as estimativas de crescimento da economia brasileira ao longo do ano. O IBC-BR de maio foi divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central e registrou a maior queda do índice desde março de 2021.

Paulo Feldman, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), afirma que não está preocupado com o fato de maio não ter apresentado crescimento em comparação a abril. Segundo ele, "muitas coisas podem acontecer por razões estatísticas" na comparação entre os meses, sendo mais importante avaliar a base de comparação anual. Feldman destaca um aumento significativo nessa relação, na qual o índice apontou um crescimento de 2,15% na atividade econômica do Brasil. "Vemos um aumento importante, maior do que o esperado no final do ano passado".

O analista do Goldman Sachs, Alberto Ramos, ressaltou que as séries dessazonalizadas de diversos indicadores de atividade real têm apresentado alta volatilidade e que a queda acentuada na atividade econômica em maio estava "provavelmente ligada à produção agrícola". Quanto à perspectiva de crescimento econômico do Brasil, o Goldman Sachs prevê um crescimento de 2,05% no ano, de acordo com o relatório divulgado pelo banco nesta segunda-feira, assinado pelo analista Alberto Ramos.

Ainda conforme a reportagem, Ramos espera que a atividade econômica se beneficie de estímulos fiscais e parafiscais, como transferências fiscais federais robustas para famílias de baixa renda com alta propensão a consumir, expansão da massa salarial real e queda da inflação, principalmente nos preços dos alimentos, no futuro.No entanto, o banco prevê que o ciclo de crédito gerará "ventos contrários" à atividade econômica do país após o primeiro trimestre deste ano.

Marco A. Caruso e Igor Cadilhac, analistas do PicPay, também mencionam o arrefecimento da agropecuária, especialmente devido ao efeito sazonal do fim da forte safra de soja, como um dos fatores que contribuíram para o resultado de maio. Além disso, os especialistas destacam uma reversão do resultado positivo divulgado anteriormente e os resultados das vendas do varejo como outros elementos que influenciaram o resultado.

Na sexta-feira (14), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma queda de 1% nas vendas do varejo brasileiro em maio, em comparação com abril de 2023. O PicPay projeta dois movimentos futuros para o PIB: um crescimento adicional de 0,3% no segundo trimestre, seguido de uma desaceleração gradual no segundo semestre, resultando em um crescimento de 1,9% para o ano todo.

André Cordeiro, economista-sênior do Inter, explica que os dados mensais do IBC-BR são bastante voláteis e estão sujeitos a revisões significativas. Ao considerar outras métricas, o especialista avalia que a economia brasileira parece estar iniciando um processo de desaceleração, embora ainda esteja em um patamar sólido. "No entanto, a tendência é de desaceleração devido ao impacto acumulado da política monetária restritiva e ao desempenho da agricultura, que deverá ser abaixo do ritmo observado no primeiro trimestre", disse.

Além do IBC-BR, o Banco Central também divulgou nesta segunda-feira o Boletim Focus. Nele, os economistas consultados pela autoridade monetária revisaram para cima suas projeções para o crescimento do PIB em 2023. A mediana das projeções passou de 2,19% para 2,24% em 2023; de 1,28% para 1,30% em 2024; de 1,80% para 1,88% em 2025; e de 1,88% para 1,90% em 2026.

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