Após queda no preço dos combustíveis, Itaú revisa para baixo previsão da inflação para 2023
Corte nos preços, segundo economistas do banco, neutraliza grande parte do impacto causado pelo retorno dos impostos estaduais e federais sobre o preço da gasolina
247 - O Itaú Unibanco reduziu sua projeção para o IPCA de 2023 de 6% para 5,8% devido à queda nos preços dos combustíveis anunciada pela Petrobrás. A estimativa para 2024 permanece em 4,5%.
Segundo as economistas Luciana Rabelo e Julia Passabom, o anúncio da Petrobrás neutraliza grande parte do impacto causado pelo retorno dos impostos estaduais e federais sobre o preço da gasolina este ano. Elas mencionam as alíquotas de ICMS (R$ 1,22 em junho) e Pis/Cofins (R$ 0,34 em julho) como componentes de impacto. As economistas acreditam que a política de preços da Petrobrás pode permitir cortes adicionais nos preços dos combustíveis em julho, desde que o petróleo se mantenha próximo a US$ 75 por barril e a taxa de câmbio fique abaixo de R$ 5 por dólar. No entanto, elas afirmam que esse não é o cenário mais provável.
A projeção de inflação do Itaú considera um aumento de 10,2% nos preços administrados e de 4,3% nos preços livres, destacando um aumento de apenas 1,5% nos preços dos alimentos, seguindo a alta de 13% no ano passado nesse grupo. As economistas apontam que a desinflação é impulsionada por condições favoráveis para o plantio e colheita das safras brasileira e americana, pelo fenômeno El Niño no segundo semestre e pela queda nos preços dos fertilizantes após o choque do ano anterior.
Elas projetam uma inflação de 3,3% para bens industriais e um aumento de 6,2% nos serviços. Rabelo e Passabom observam que o grupo de serviços, que é mais inercial e influenciado por um mercado de trabalho resiliente e aumento salarial robusto, tende a apresentar uma desaceleração inflacionária mais lenta e gradual, condizente com o estágio atual do ciclo econômico.
O Itaú mantém a projeção de 4,5% para o IPCA de 2024. As economistas ponderam que seu cenário não considera um eventual impacto decorrente de uma revisão da meta de inflação, o que poderia levar a projeção acima de 5%. Elas afirmam que a manutenção da meta em 3%, um câmbio mais valorizado e menor inércia inflacionária de 2023 representam riscos de baixa para a projeção atual. Por outro lado, ajustar a meta de inflação às projeções, em vez do contrário, seria arriscado e provavelmente resultaria em um aumento da desancoragem das expectativas.
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