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Arminio diz que governo Lula está no caminho certo, mas reclama de "mordidas" em Marina

Financista afirma que o Brasil tem plenas condições de se tornar uma potência ambiental

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Armínio Fraga (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer | Felipe L. Gonçalves/Brasil 247)

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247 – O economista e ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, que também é fundador da gestora Gávea Investimentos, concedeu uma entrevista à jornalista Aline Bronzati, do jornal Estado de S. Paulo, durante sua participação no 'Brazil Climate Summit', em Nova York, em que abordou diversos temas, desde a melhora da imagem do Brasil no exterior sob a ótica ambiental até questões econômicas e políticas que estão na agenda governamental.

Um dos tópicos centrais da entrevista foi o potencial do Brasil como protagonista na agenda climática e de transição energética. Arminio Fraga expressou otimismo quanto à melhora da imagem do Brasil nesse aspecto, destacando que o governo tem sinalizado uma maior preocupação com questões ambientais e prometeu anunciar em breve um plano mais completo. "Mudou, melhorou sim. O Brasil realmente passou um período com uma reputação catastrófica e passava a impressão de não ter apreço pelos grandes temas da área: mudança climática, biodiversidade, desmatamento, mineração ilegal. Durante esse período, o Brasil era percebido como sendo um país que estava pouco interessado na preservação da Amazônia. Então, isso mudou", disse ele.

No entanto, ele ressaltou que agora é o momento de transformar essas sinalizações em ações concretas e reclamou de "mordidas" na ministra Marina Silva. "A direção está correta, agora vamos ver na prática como vai funcionar. Eles deram umas mordidas ali na Marina que não foram um bom sinal. Mas eu também acho que não é para jogar a toalha não", acrescentou.

Fraga enfatizou que o Brasil poderia ir além de uma meta básica de eliminar o desmatamento ilegal, buscando estimular o fim do desmatamento, legal ou ilegal, e até mesmo restaurar a floresta. No entanto, ele reconheceu que o governo enfrenta obstáculos, especialmente devido à fragmentação da base governamental.

Arminio Fraga também abordou a questão fiscal do Brasil, ressaltando a importância de uma atenção maior aos gastos públicos e destacando a necessidade de um ajuste fiscal mais amplo para reposicionar as prioridades do governo. Ele alertou que a taxa de crescimento econômico deve superar a taxa de juros real para enfrentar a situação fiscal do país.

Sobre a política monetária, Fraga enfatizou a necessidade de coordenação entre o Banco Central e o governo para lidar com a inflação. Ele destacou que o Brasil não pode permitir que a inflação suba novamente, pois isso afetaria negativamente a população e os mercados financeiros.

Em relação à política externa do Brasil, Arminio Fraga expressou preocupação com os sinais dados pelo governo brasileiro em relação a líderes como Vladimir Putin e Nicolás Maduro, a quem chamou de "ditadores".

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