HOME > Economia

Armínio Fraga cobra de Lula um governo comprometido com o neoliberalismo

Economista concedeu entrevista em que cobrou autocrítica em relação aos "erros do passado"

Armínio Fraga e Lula (Foto: World Economic Forum/Benedikt von Loebell | Ricardo Stuckert)

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – O economista Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central durante o segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso, período de baixo crescimento econômico e descumprimento das metas de inflação, concedeu entrevista à Folha de S. Paulo, em que cobrou um governo Lula comprometido com as políticas neoliberais.

"Acho fundamental entender como um todo o período em que o PT governou. Não dá para ser seletivo e escolher apenas a parte que deu certo. Depois do Palocci [ministro da Fazenda Antonio Palocci, de janeiro de 2003 a março de 2006], a estratégia mudou radicalmente – e foi esse erro que desembocou no colapso da economia", disse Armínio, endossando uma tese falsa, uma vez que a média de crescimento com Guido Mantega, que sucedeu Palocci, foi próxima a 4%. O 'colapso da economia', ao qual Armínio se refere, foi consequência da estratégia golpista do PSDB, após a vitória da ex-presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, quando os tucanos, em aliança com Eduardo Cunha, do MDB, colocaram em marcha a estratégia do 'quanto pior, melhor', que foi também favorecida pela destruição econômica promovida pela Lava Jato, que quebrou o setor de engenharia e obras públicas no Brasil.

Após o golpe de estado de 2016, PSDB e MDB promoveram o choque neoliberal da 'ponte para o futuro' e, nos últimos seis anos, a média de crescimento foi de apenas 1,5% – o que comprova que o que fracassou nos últimos anos foi justamente o receituário que Armínio Fraga defende para a economia.

"Mesmo que não se ajoelhe no milho e se faça um mea-culpa —dificilmente um político faz esse tipo de coisa—, seria bom que se mostrasse através da prática que as lições foram aprendidas", diz Armínio, na entrevista em que não faz qualquer autocrítica por ter apoiado a 'ponte para o futuro', que trouxe de volta a fome e a miséria ao Brasil.

Na mesma entrevista, Armínio disse não se arrepender do seu voto no presidente Lula. "Mas o meu voto em Lula teve contornos claramente políticos. Foi um voto preocupado com a nossa democracia —e reafirmo que não me arrependo. Me preocupava mais com o que aconteceria à democracia do Brasil com Bolsonaro do que o que Lula faria na economia, mesmo não tendo clareza quanto a isso. Não há segredo que foi um voto muito mais político do que econômico", disse ele.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: