Assessor de Biden vem ao Brasil para tentar banir chineses da licitação do 5G
Mesmo sob o governo Joe Biden, a posição dos Estados Unidos de evitar entrada de equipamentos chineses 5G na América Latina, e especialmente no Brasil, se mantém. Outro tema que entrará nas conversas de Jake Sullivan com o governo brasileiro é o Meio Ambiente
BRASÍLIA (Reuters) - O conselheiro de Segurança Nacional do governo dos Estados Unidos, Jake Sullivan, vem ao Brasil na próxima quinta-feira para uma série de reuniões com representantes do governo brasileiro, em uma agenda em que Meio Ambiente e o leilão de 5G devem ser os temas principais.
Em nota distribuída pela embaixada norte-americana em Brasília, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Emily Horne, informa que "a delegação se reunirá com líderes para discutir oportunidades para fortalecer a parceria estratégica Brasil-EUA, melhorar a estabilidade regional, avançar os objetivos climáticos, colaborar com a infraestrutura digital e ajudar a traçar um caminho de recuperação da pandemia da Covid-19."
Apesar do novo governo do democrata Joe Biden ser mais discreto nas pressões, a posição norte-americana de evitar a entrada de equipamentos chineses 5G na América Latina --especialmente no Brasil-- se mantém e, com a proximidade do leilão da tecnologia no Brasil, a janela para qualquer influência se fecha.
Pressionado pelas operadoras, que já usam os equipamentos chineses, o governo não impôs restrições ao uso de material da Huawei nas redes regulares de 5G, mas criou no edital do leilão uma rede privada para o governo federal e serviços de segurança, a ser financiada pelas empresas, que não poderá usar os equipamentos chineses.
A decisão, no entanto, não responde à intenção norte-americana que, como no governo Trump, é de ver os chineses banidos do sistema.
Outro tema que entrará nas conversas de Sullivan com o governo brasileiro é o Meio Ambiente. O governo brasileiro negocia um acordo de financiamento com os EUA para ações de Meio Ambiente, mas a postura do ex-ministro Ricardo Salles, que deixou o governo há dois meses, era mal vista pelos norte-americanos.
No momento, o enviado especial para o clima do governo Biden, John Kerry, tem conversado mais com governadores --com quem se reuniu semana passada para tratar do eventual financiamento de programas estaduais de combate ao desmatamento-- do que com o governo federal.
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