Bendine é o substituto de Graça Foster; ações caem
Presidente do Banco do Brasil desde 2009, Aldemir Bendine assumirá a presidência da Petrobras após a renúncia de Graça Foster em meio à crise da Lava Jato e terá autonomia para formar sua própria equipe; ações da estatal fecharam em queda de 7% com a notícia; Bovespa encerrou o pregão com perdas de 0,90%, após uma semana de ganhos; Bendine foi uma espécie de 'nome secreto' da presidente Dilma Rousseff; decisão ocorreu hoje durante reunião do Conselho de Administração da Petrobras
247 – O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, será o novo presidente da Petrobras. Ele substituirá Graça Foster, que renunciou essa semana em meio à crise pela qual passa a empresa com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O nome de Bendine não vinha sendo especulado nos últimos dias, era uma espécie de 'nome secreto' da presidente. As apostas estavam em torno de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, Luciano Coutinho, do BNDES, Murilo Ferreira, da Vale, e Paulo Leme, presidente da Goldman Sachs no Brasil.
Os rumores em torno do nome de Bendine haviam sido noticiados hoje pela manhã pela agência Reuters, que conversou com três fontes do governo, e pela jornalista Cristiana Lôbo, do portal G1 e da Globonews. A decisão ocorreu hoje durante reunião do Conselho de Administração da Petrobras.
Os papéis da petroleira fecharam em queda de 7% em reação à notícia, puxando a Bovespa, que encerrou o pregão com perdas de 0,90%, após uma semana de ganhos.
No comando do BB desde 2009, Bendine terá autonomia para formar sua própria equipe. Segundo a Folha de S. Paulo, Ivan Monteiro, atual vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, será o novo diretor financeiro da Petrobras, cargo estratégico para enfrentar a crise financeira pela qual passa a companhia.
Abaixo, notícia do portal Infomoney a respeito:
Ibovespa tem melhor semana do ano entre Bendine na Petrobras e Grécia
SÃO PAULO - A queda de 0,90% desta sexta-feira passou longe de conseguir anular os ganhos do Ibovespa na semana. O benchmark fechou no acumulado dos últimos 5 pregões em alta de 4,02%, na sua melhor semana do ano, apesar do noticiário conturbado com Petrobras, mas que também teve redução no compulsório na China, renegociações da dívida da Grécia e disparada do dólar ao maior patamar em 10 anos. A última alta desse nível do índice foi em novembro, entre os dias 17 e 21, quando subiu 8,33%.
Apesar da arrancada, o índice ainda não conseguiu deixar a banda dos 50.281 pontos e 46.528 pontos (pontos máximo e mínimo do Ibovespa no ano). Os três primeiros dias, que pareciam que tirariam o benchmark da zona de congestão, foram quebrados por dois pregões seguidos de baixa. Confira como foi este começo de fevereiro:
Segunda-feira A Bolsa já começou a semana subindo forte puxada por Petrobras, Vale e o "kit apagão". Os dados fracos na China PMI do HSBC abaixo dos 50 pontos na China, mostraram retração no setor industrial da segunda maior economia do mundo. Assim, começaram as especulações de estímulos no gigante asiático, que mais tarde, anunciaria a redução dos depósitos compulsórios para aumentar a liquidez da economia. O Ibovespa subiu 1,58%, a 47.650 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar teve alta de 0,96%, cotado a R$ 2,7142 na compra e R$ 2,7152 na venda.
Terça-feira
Foi na terça-feira que começaram as notícias de que Graça Foster deixaria o comando da Petrobras, o que fez com que as ações da estatal subissem 15%. O mercado precificava que a saída da presidente representava o início das mudanças da gestão da estatal. O Ibovespa fechou em alta de quase 3% também repercutindo a notícia de corte de juros em um país que não costuma aparecer nas manchetes sobre mercado financeiro: a Austrália, que reduziu em 0,25 ponto percentual sua taxa, para 2,25% ao ano.
Quarta-feira
A terceira alta consecutiva do benchmark foi um pouco mais modesta que as anteriores. O motivo foi novamente a forte valorização das ações da Petrobras por conta do anúncio da renúncia de Graça Foster e mais 5 diretores. A alta foi de 0,69% para o Ibovespa, enquanto as bolsas mundiais caíram depois que o petróleo despencou 9%. Enquanto isso, o dólar disparou 1,78%, ao maior valor desde 23 de março de 2005, quando fechou a R$ 2,75. A moeda norte-americana ficava cotada a R$ 2,7405 e R$ 2,7420.
Quinta-feira
A quinta-feira foi um dia bastante volátil na Bolsa, entre quedas de Petrobras e Vale e altas de Ambev e Banco do Brasil. Bolsas americanas subiram repercutindo alta de mais de 5% no barril do petróleo WTI (West Texas Intermediate), enquanto bolsas europeias fecharam perto do zero com tensões na renegociação da dívida grega. O BCE acabara de anunciar que não aceitaria bônus gregos como garantias para os empréstimos, forte resposta aos esforços de Atenas para renegociar os termos do resgate com credores. O Ibovespa fechou estável, com leve baixa de 0,14%, a 49.233 pontos.
Nesta sexta
O Ibovespa teve baixa nesta sexta-feira (6) em dia de agenda agitada nos mercados nacionais e internacionais, que teve como notícia principal a nova diretoria da Petrobras, com Aldemir Bendine no lugar de Graça Foster, o que decepcinou o mercado que esperava por um nome que pudesse reduzir a ingerência do governo na estatal.
Pela manhã, dados do IBGE mostraram que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 1,24% em janeiro, deixando o acumulado de 12 meses em 7,14%. Do outro lado, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos revelou um aumento de 5,6% para 5,7% na taxa de desemprego do país, mas com a criação de 257 mil novos empregos.
O Ibovespa fechou em queda de 0,90%, a 48.792 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subiu ainda mais, chegando ao maior nível desde 2005, com variação positiva de 1,3%, ficando cotado a R$ 2,7767, na compra e R$ 2,7782, na venda. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 7,327 bilhões.
Segundo o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a aceleração da alta do dólar foi um reflexo dos dados de emprego na maior economia do mundo, que apesar de vir com uma taxa de desemprego mais alta, mostrou a melhor sequência de 3 meses de criações de vagas desde 1997. Com isso, aumentam as apostas de um aumento nas taxas de juros nos EUA pelo Federal Reserve - o banco central norte-americano. Um dos dados para que o Fed olhava antes de pensar em realizar este aperto monetário era o dos salários, que vieram acima das expectativas do mercado. Apesar disso, João Pedro acredita que o que mais impactou foi realmente essa ótima sequência de aumentos nas vagas de trabalho.
O dia também foi de repercussão de mudanças na equipe do Banco Central. Ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, indicou Tony Volpon, da Nomura, para diretoria de assuntos internacionais, ao mesmo tempo em que Luiz Awazu Pereira assume a diretoria de política econômica no lugar de Carlos Hamilton, que, depois de 5 anos, deixa o cargo. O novo diretor de política econômica, Awazu Pereira, votou contra alta inesperada da Selic de 0,25 ponto percentual em outubro, enquanto Hamilton esteve entre os 5 que votaram a favor da alta. Os juros futuros para janeiro de 2016 ficavam caíram 2 pontos-base, a 12,84%.
Ações em destaque As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,03, -6,52%; PETR4, R$ 9,12, -6,94%) caíram depois de divulgado que o novo CEO da empresa será Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,90, -3,91%). O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, comentou a indicação, dizendo não acreditar que Bendine cumpra 'mandato tampão', diante de rumores que ele seja apenas presidente interino da empresa até que o governo encontre um nome mais forte.
Outra blue chip, a Vale (VALE3, R$ 20,42, -0,15%; VALE5, R$ 17,81, +0,91%) viu seus papéis operarem entre perdas e ganhos depois dos "payrolls". O aumento do dólar beneficia a mineradora, que possui sua receita na moeda norte-americana. É bom lembrar que segunda-feira é dia de vencimento de opções sobre ações. Por conta do feriado de Carnaval, o exercício desta modalidade de derivativos foi adiantado da terceira segunda-feira do mês para a segunda.
Quem também se beneficiou da alta do dólar eram os papéis de exportadoras como Embraer (EMBR3, R$ 24,68, +1,48%), Fibria (FIBR3, R$ 35,43, +2,90%) e Suzano (SUZB5, R$ 11,21, +0,27%).
O cenário para o setor elétrico segue conturbado e não para menos as ações caem juntamente com o dia negativo que se forma na Bolsa. "O cenário é difícil e medidas paliativas como aumentar o horário de verão se confirmam que o pior pode acontecer: racionamento", disse o analista Flávio Conde. As ações de Cesp (CESP6, R$ 22,10, -2,47%), Cemig (CMIG4, R$ 11,47, -3,37%), Eletrobras (ELET3, R$ 5,15, +0,78%; ELET6, R$ 6,14, -1,13%) e Light (LIGT3, R$ 13,27, 0,00%) caíram ou fecharam estáveis.
Conde comenta, no entanto, que boa parte desse cenário já foi precificado pelo mercado, mas ainda assim o dia que vier um plano de incentivo a economia de energia, provavelmente na tentativa de evitar um racionamento, as ações das elétricas cairão ainda mais. E se mais a frente vier o racionamento, cairão novamente.
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