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    BNDES quer atingir paridade de gênero em conselhos em que é acionista

    Banco tem direito a indicar 55 nomes a empresas como Petrobrás, JBS e Eletrobras. Iniciativa faz parte do pacote de ações que serão anunciadas nesta quarta pelo governo Lula

    BNDES credencia 22 bancos para programa emergencial de acesso a crédito (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

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    247 - O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) quer atingir a paridade de gênero em todos os conselhos de administração de empresas em que é acionista. O objetivo é que os representantes do banco sejam metade homens e metade mulheres.

    Segundo contou a diretora de mercado de capitais e finanças sustentáveis do BNDES, Natália Dias, ao Valor Econômico, a ideia é implementar a política de paridade já a partir deste ano. A medida será anunciada oficialmente nesta quarta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, junto de outras ações que serão divulgadas pelo governo Lula (PT).

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    "Vamos rever a nossa política para que essa regra seja implementada formalmente. Vamos puxar essa agenda para ver se o mercado vai na mesma direção”, disse Natália Dias.

    O BNDES tem uma carteira de investimentos de R$ 63 bilhões e tem direito a indicar cerca de 55 posições em conselhos fiscal e de administração em companhias como a Petrobrás, a JBS, a Eletrobras e a Copel. Atualmente, só 20% dessas posições são ocupadas por mulheres.

    A estimativa do banco é conseguir dobrar este percentual ainda em 2023. A equidade racial também está em pauta. 

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    Segundo Dias, atingir a paridade ainda em 2023 não deve ser possível por conta de restrições para indicação de membros de conselho. "Não sei se a gente vai conseguir atingir os 50% ainda neste ano porque a nossa política de indicação é muito restrita. Mas, se não conseguirmos sair dos 20% para os 50% agora, vamos ter esse objetivo para o ano que vem”.

    "As ações que serão anunciadas hoje também preveem incentivos à diversidade na área de negócios", relata a reportagem do Valor. "De acordo com dados do biênio 2020-2021, 19,1% do total de empresas apoiadas pelo banco possuía lideranças femininas. Essas empresas receberam cerca de R$ 4,4 bilhões em empréstimos do banco, o que representa apenas 3,8% do total do valor aprovado no período. Para estimular a participação feminina, o banco vai alterar o critério de seleção do BNDES Garagem, programa de incentivo a startups, para dar ponto extra a projetos com soluções voltadas para o público feminino e para empreendimentos liderados por mulheres. Além disso, um edital para selecionar fundos de venture capital previsto para ser lançado em abril irá prever pontos extras para gestores de investimentos que apresentem equipe de gestão mais diversa e para propostas que prevejam apoio às empresas com liderança feminina em suas teses de investimentos".

    Diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello reforçou que o objetivo das novas políticas do banco é atingir o mercado como um todo. "Nós estamos tentando impregnar o negócio BNDES dessa agenda igualitária. A ideia não é só mexer internamente, mas principalmente no negócio. Para além da justiça social, a diversidade é uma pauta estratégica". Campello e Dias coordenarão um grupo de trabalho atrelado ao gabinete do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para traçar estratégias para a agenda de diversidade.

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