BNDES voltará a ser motivo de orgulho do povo brasileiro, diz Lula
O presidente reforçou a vocação da instituição como parceira para crescer a economia a partir de investimentos com potencial de inclusão social
247 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta segunda-feira, 6, da cerimônia de posse de Aloizio Mercadante à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e destacou que o banco voltará a ser motivo de orgulho do povo brasileiro. O presidente reforçou a vocação da instituição como parceira para crescer a economia a partir de investimentos com potencial de inclusão social.
A retomada de financiamentos para obras de vários setores e a consequente geração de empregos no mercado interno é uma das apostas do governo Lula para que a economia seja reativada, com a participação ativa de micro, pequenas e médias empresas. “A sua missão, meu caro Aloizio, é fazer esse banco voltar a ser motivo de orgulho do povo brasileiro. Esse banco tem de pegar dinheiro e devolver para o governo gerando investimento, gerando emprego, gerando renda e gerando melhoria na qualidade de vida do nosso povo”, disse Lula ao novo presidente do BNDES.
A cerimônia ocorreu no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira, 6. O presidente lembrou o papel estratégico do banco ao longo dos seus primeiros governos. Em 2002, ano que precedeu sua primeira posse, o banco desembolsava R$ 37 bilhões para investimento. Em 2010, seu último ano no governo brasileiro, já eram R$ 168 bilhões. Em 2021, contudo, caiu para R$ 64 bilhões.
“Se o BNDES é um banco de desenvolvimento e a gente percebe que, quando ele investe, a economia cresce, e quando não investe, a economia não cresce, eu fico me perguntando como é que vamos fazer voltar os investimentos em obra de infraestrutura nesse país”, questionou. Lula lembrou haver mais de 14 mil obras paradas atualmente no país.
“Tem algumas palavras que são mágicas na boca de todos nós. A palavra credibilidade é muito importante para quem governa. A palavra estabilidade é importante. A palavra previsibilidade. A palavra responsabilidade fiscal é muito importante. A palavra responsabilidade social é mais importante ainda. O importante é saber qual delas a gente vai privilegiar ao sentar à mesa e decidir para que lado a balança vai pender em determinado momento”, disse o presidente. “Se nós temos uma dívida fiscal de 20 anos, de 30 anos, de 40 anos, nós temos uma dívida social de 100 anos, uma dívida social de 200 anos, uma dívida social impagável se a gente não colocar o assunto como prioridade”, completou.
Lula ainda criticou os juros altos do Banco Central, tornado independente durante o governo Jair Bolsonaro, e cobrou de Mercadante os esforços para que a política do banco leve em conta a necessidade de juros mais baixos. “O BNDES pode contribuir para fazer com que a taxa de juros nesse país caia, porque não tem explicação para que a taxa de juros esteja 13,5%. Como vou pedir para os empresários ligados à FIESP investir, se eles não conseguem tomar dinheiro emprestado?”.
O presidente também reforçou que o novo presidente do BNDES terá de desfazer uma série de desinformações disseminadas em relação ao papel e à credibilidade do banco ao longo dos últimos anos. “A primeira mentira foi a de que o BNDES era uma ‘caixa preta’. De tanto martelarem isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar R$ 48 milhões em uma auditoria internacional. No fim, nada foi encontrado de irregular nas operações, porque todas foram contratadas com critérios técnicos e garantias firmes”, defendeu Lula. “O BNDES nunca deu dinheiro para ‘países amigos do governo’. O banco financiou o serviço de engenharia de empresas brasileiras em nada menos que 15 países da América Latina e do Caribe entre 1998 e 2017”, ressaltou. “Esse banco prestou enormes e grandes serviços ao povo brasileiro e vai continuar prestando”.
O evento no Rio de Janeiro contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, além de diversos titulares de ministérios do Governo Federal. Participaram também o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além de diversos representantes do setor produtivo.
*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
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