Bolsonaro diz que Petrobrás cometeu "crime contra a população", mas mente ao dizer que não pode fazer nada
Ao mesmo tempo em que critica a empresa, ele foge da sua própria responsabilidade e se não age é porque não quer
247 – Em entrevista concedida a uma televisão na noite de ontem, Jair Bolsonaro, que manteve a política de preços implantada na Petrobrás por Michel Temer após o golpe de estado de 2016 e aprofundou o processo de desmonte da estatal, criticou a atual gestão da empresa, disse que pode substituir o presidente Joaquim Silva e Luna, mas mentiu ao dizer que não tem poderes para interferir na empresa.
“Por questão de um dia, foi feito contato com a Petrobras porque chegou para nós que eles iriam reajustar na quinta-feira da semana passada. E foi feito pedido para que deixasse para o dia seguinte, atrasasse um dia, mas eles não nos atenderam”, disse ele, em entrevista à TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte. "Por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a população, esse aumento absurdo no preço dos combustíveis. Isso não é interferir na Petrobras, a ação governamental. É apenas bom senso. Poderiam esperar."
“Muita gente me critica, como se tivesse poderes sobre a Petrobras. Não tenho, para mim é uma empresa que poderia ser privatizada hoje e eu ficaria livre desse problema. Se transformou em Petrobras F.C., onde o clubinho lá dentro só pensa neles”, apontou, antes de criticar a atual gestão.
“Existe essa possibilidade. Todo mundo no governo, ministros, secretários, diretores de estatais, podem ser substituídos se não estiverem fazendo trabalho a contento. Não quer dizer que vai ser trocado ou não vai ser trocado”, argumentou. “O presidente da Petrobras está amarrado numa série de legislações, mas a solicitação feita, não oficialmente, porque não podemos interferir na Petrobras nem vamos interferir, de atrasar um dia o aumento pegou muito mal para todos nós”.
Em entrevista à TV 247, o professor Gilberto Bercovici, da Universidade de São Paulo, explica por que os argumentos de Bolsonaro são falaciosos e reitera que a Petrobrás é uma empresa estatal e que o governo tem todos os poderes para alterar seu estatuto, assim como sua política de preços. Se Bolsonaro não faz nada contra o "crime contra a população brasileira, é porque não quer". Confira:
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