BTG bloqueia R$ 1,2 bilhão da Americanas na Justiça
Decisão é do desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
247 - O banco BTG Pactual obteve decisão judicial que bloqueia R$ 1,2 bilhão da Americanas sob custódia do banco. Segundo informação do site Infomoney, a decisão é do desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Fernandes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo o magistrado, a proteção obtida pela Americanas antes de uma possível recuperação judicial não pode garantir que a empresa tenha livre acesso ao recurso. “A medida cautelar em caráter antecedente à recuperação judicial é medida que visa resguardar a preservação da atividade empresária. No entanto, há necessidade de diligência com o fim de se evitar a utilização do instrumento como meio de fraude a credores, sob pena de se esvaziar o próprio intuito da Lei”, escreveu Fernandes.
Desde que veio a público o rombo de R$ 20 bilhões nas contas das lojas Americanas, no último dia 11, os bancos já perderam R$ 47 bilhões em valor de mercado, segundo dados da TradeMap divulgados pela colunista da jornalista Miriam Leitão, do Globo.
A instituição que sofre a maior perda é o BTG Pactual, com uma queda de R$ 22 bilhões. Depois, o Santander, com R$ 8,7 bilhões, Bradesco, com R$ 7,5 bilhões, Itaú, R$ 7,4 bilhões, e Banco do Brasil, com apenas R$ 542 milhões.
Dividendos astronômicos
Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que controlam as Americanas e são tratados pela imprensa comercial como "acionistas de referência", receberam parte dos dividendos de R$ 550,6 milhões distribuídos pela empresa sobre lucros que foram forjados por meio de fraude contábil.
"Na última semana de janeiro do ano passado, os detentores das ações souberam que receberiam uma gorda recompensa pelo ano de 2022 da rede varejista: R$ 0,62 por papel de um total de R$ 550,6 milhões. O valor é recorde na história da Lojas Americanas. Segundo levantamento do TradeMap para o NeoFeed, de 2009 a 2017, a varejista pagou entre R$ 0,01 e R$ 0,04 por ação. No resultado referente a 2018, os acionistas receberam R$ 0,10 para no ano seguinte voltar a R$ 0,01. Em 2020 houve um substantivo crescimento para R$ 0,21. E um pagamento três vezes maior no último período. Para se ter ideia do que fazem as principais concorrentes, a Via não distribui dividendos ou juros sobre o capital próprio (JCP) para os acionistas desde 2018. A Magazine Luiza decidiu repartir um total de R$ 100 milhões, o equivalente a R$ 0,01 por ação no exercício equivalente a 2021. O lucro líquido reportado pela Magalu foi de R$ 590,7 milhões (muito próximo ao da Americanas no mesmo ano)", informa o jornalista Márcio Kroehn, no site Neofeed.
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