Buffett defende sua reputação
Bilionrio diz que caso de informao privilegiada no destroi uma "histria de 80 anos"
O executivo-chefe da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, disse não acreditar que sua reputação sofrerá um impacto duradouro da recente polêmica envolvendo David Sokol, ex-executivo do grupo. "Eu não acredito que isso irá mudar uma história de 80 anos", disse Buffett, em entrevista coletiva hoje. Sokol comprou ações da empresa química Lubrizol, que a Berkshire depois comprou em março por US$ 9 bilhões. Sokol defendeu essa compra junto ao seu então chefe.
Ontem, na assembleia de acionistas da Berkshire, Buffett disse que a atuação de Sokol, que já deixou o grupo, era "inexplicável e indesculpável". Essa foi a primeira declaração pública de Buffett sobre o caso, que ameaça corroer sua imagem de paradigma de ética nos negócios.
Também ontem, Buffett admitiu pela primeira vez que falhou. Ele disse que deveria ter pressionado mais para que Sokol revelasse quando havia comprado as ações da Lubrizol. Sokol disse acreditar não ter feito nada de errado e, por meio de seu advogado, devolveu as acusações contra Buffett. Um comunicado divulgado após a assembleia de ontem acusa o megainvestidor de tratar o ex-executivo da Berkshire como bode expiatório.
Separadamente, em entrevista ao Wall Street Journal, o vice-chairman da Berkshire, Charlie Munger, defendeu Buffett e a postura da empresa de divulgar informações sobre Sokol. No dia 30 de março, Buffett publicou um comunicado informando que Sokol havia pedido demissão do cargo e que o executivo havia comprado ações da Lubrizol antes de defender a compra desta empresa pela Berkshire.
Munger disse que "a essência da situação" veio a público com esse comunicado de 30 de março e reiterou que ele e Buffett não lidaram apropriadamente com esse informe. "Nós subestimamos nossas necessidades de comunicação advindas de nossa posição no mundo", disse Munger.
Alguns críticos questionam se Buffett não deveria ter deixado mais claro suas preocupações de que a negociação de Sokol era imprópria. No comunicado de 30 de março, Buffett disse não acreditar que a compra de ações na Lubrizol pelo executivo era ilegal. Depois, veio a público que Buffett esteve preocupado em meados de março com a possibilidade de que Sokol o tivesse enganado com relação aos prazos de suas transações na Lubrizol e com o papel dos analistas do Citigroup que sugeriram a Sokol a ideia de um acordo entre a Berkshire e a Lubrizol.
Munger disse ainda que essa controvérsia é uma das mais sérias que a Berkshire já enfrentou em seus 50 anos de história, juntamente com um escândalo regulatório de anos atrás envolvendo a Berkshire e a resseguradora General Re.
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