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    Campos Neto volta a cobrar rigor fiscal de Lula

    Presidente bolsonarista do BC alega que a trajetória da dívida pública precisa ser ajustada para garantir sustentabilidade econômica e redução dos juros

    Roberto Campos Neto (Foto: Reuters/Brendan McDermid)

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    247 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a pressionar o governo Lula (PT) por mais rigor nas contas públicas, afirmando que a redução dos juros no Brasil depende de um "choque positivo" na política fiscal. Em discurso nesta sexta-feira (27), durante o 1618 Spring Investment Meeting, em São Paulo, Campos Neto alegou que o país ainda enfrenta dificuldades para estabilizar sua dívida pública e que as expectativas de mercado para o cumprimento das metas fiscais estão distantes das projeções oficiais.

    Embora parte dos economistas enxergue melhora nas perspectivas fiscais, o presidente bolsonarista do BC afirma que a meta do Ministério da Fazenda de zerar o déficit fiscal neste ano e em 2025 é vista com ceticismo por analistas. “Em todos os momentos na história recente brasileira, para que fosse possível conviver com juros mais baixos, isso sempre esteve associado a um choque positivo nas contas públicas. Não existe harmonia monetária sem harmonia fiscal. Isso é importante”, afirmou.

    Segundo ele, não se pode manter uma política monetária mais rígida ao mesmo tempo em que a política fiscal é frouxa. “Essa combinação acaba gerando ineficiências que atrapalham o canal da política monetária, e que fazem com que a gente tenha que conviver com juros mais altos”.

    Embora essa postura já tenha gerado atritos com economistas e membros do governo Lula, que defendem maior flexibilidade fiscal para viabilizar investimentos sociais e impulsionar o crescimento econômico, Campos Neto insiste em sua posição e alega que a trajetória da dívida pública precisa ser ajustada para garantir a sustentabilidade econômica e a redução dos juros.

    O presidente do BC também fez uma avaliação sobre a economia global, ressaltando que o alto endividamento é um problema não exclusivo do Brasil, mencionando a dívida pública dos Estados Unidos como um exemplo. Ele alertou que "em algum momento, essa conta precisa ser paga".

    Apesar de a inflação ter desacelerado, com o IPCA-15 de setembro registrando alta de apenas 0,13%, Campos Neto afirmou haver incertezas no horizonte, como a seca e o impacto disso nos preços de energia e alimentos. Ele ainda destacou o crescimento do PIB e o mercado de trabalho aquecido como fatores que podem gerar pressões inflacionárias no futuro.

    [Com informações da Folhapress]

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