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    Centrão dá golpe em Lula e indica conselheiros entreguistas para a Petrobrás

    Conectado ao mercado financeiro, Centrão veta Eduardo Moreira e Josué Gomes da Silva e indica nomes que tentarão manter a PPI; petroleiros pedem reunião de emergência com Lula

    Eduardo Moreira e Josué Gomes (Foto: Divulgação/Petrobrás | Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Geraldo Magela/Agência Senado)

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    247 - No cabo de guerra envolvendo o Conselho da Petrobrás, o Centrão conseguiu dar um golpe e vetou nomes caros ao Palácio do Planalto e ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, da lista de indicados ao colegiado.

    O Centrão conseguiu colocar na lista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), seus aliados: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do Conselho de Administração, Carlos Eduardo Turchetto Santos, Vitor Eduardo de Almeida Saback e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro. "Segundo fontes do governo, suas conexões políticas são com o União Brasil e com o PSD", informa a CNN Brasil.

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    Prates, portanto, teve uma derrota ao ver vetados nomes como do presidente da Fiesp, Josué Gomes, e do economista Eduardo Moreira.

    A insatisfação com os apresentados foi verbalizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), por serem "nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor de privatizações”, afirma o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar.

    Os indicados, de acordo com Bacelar, podem ser “obstáculos” na intenção do governo de rever tanto a atual política de preços da empresa quanto a distribuição de dividendos. 

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    A insatisfação do governo deverá levar aliados a questionarem a lista nos comitês internos de avaliação de nomeações à administração da estatal. A FUP e outros sindicatos "já se preparam para questionar a lista, alegando que os nomes não atendem aos interesses do governo, como a revisão da política de preços dos combustíveis e a retomada de investimentos em setores abandonados, como o refino", diz a Folha de S. Paulo.

     

    Leia na íntegra a nota da FUP:

    A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados veem com preocupação o anúncio da indicação do novo Conselho de Administração (CA) da Petrobrás, composto por nomes ligados, em sua maioria, ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG).

    De um total de sete membros da União no CA (incluindo o presidente da empresa Jean Paul Prates que é também membro do conselho escolhido pelo presidente Lula), quatro são indicação de Silveira: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do CA; Carlos Eduardo Turchetto Santos; Vitor Eduardo de Almeida Saback; e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira.

    “Nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor de privatizações”, observa o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, temendo que, caso seja aprovado, esse novo CA imponha obstáculos para o cumprimento de programa de governo do presidente Lula, que inclui mudanças na política de preços de combustíveis, na sistemática de dividendos da Petrobrás e fim das privatizações na companhia.

    Após as indicações, os nomes passarão por avaliação de comitê interno da Petrobrás que analisa currículos e eventuais vedações e conflitos. Além disso, serão submetidos à votação da Assembleia Geral Ordinária (AGO), que deverá ocorrer na segunda quinzena de abril.

    Há questionamentos se, como secretário de petróleo e gás do MME, cargo que ocupa atualmente, Pietro Mendes se enquadra na Lei das Estatais. Ele é funcionário de carreira da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e acumula função do Ministério. Foi secretário-adjunto do ex-ministro bolsonarista Adolfo Sachsida.

    Eduardo Turchetto, empresário do setor de açúcar e álcool, responde a processo  relacionado à destruição de floresta, com corte de árvores no bioma da Mata Atlântica, em Minas Gerais, “sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes ou contrariando normas legais de regulamentos pertinentes”, como escrito na ação.

    Vitor Sabak, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), onde está hoje por indicação do senador bolsonarista Rogério Marinho, foi assessor especial de Paulo Guedes e articulador da reforma da Previdência. No governo Temer, trabalhou no Palácio do Planalto, como assessor de Relações Parlamentares, responsável pelas articulações com o Congresso.

    Eugênio Teixeira foi sócio do vice-governador de Minas Gerais e ex-senador Cléssio Andrade - vacinado contra covid-19 gratuitamente e às escondidas, numa garagem -, na empresa Aurium Trading Importação e Exportação S/A.

    A questão de transparência no processo de indicação também é questionada pela FUP, uma vez que “o MME, de forma unilateral, elaborou sua lista de nomes para o CA da Petrobrás sem discussão prévia”, destaca Bacelar.

     A atitude se repete na montagem da equipe que está se instalando no MME, desde que o ministro Silveira bancou o nome de Bruno Eustáquio como secretário executivo do Ministério, à revelia do veto da Casa Civil. Eustáquio trabalhou como secretário-adjunto na pasta e secretário Executivo de Infraestrutura durante o governo Bolsonaro. 

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