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    Chico Lopes: Economistas têm 'cultura de pibinho'

    Ex-presidente do Banco Central volta a dizer que há um pessimismo exagerado sobre a economia brasileira, como se existisse uma vontade de que ela não crescesse; "O IBC-Br está mostrando, nos últimos 12 meses, que a economia cresceu 3,97%, praticamente 4%, e não vi ninguém falando sobre isso", observa Francisco Lafaiete Lopes

    Ex-presidente do Banco Central volta a dizer que há um pessimismo exagerado sobre a economia brasileira, como se existisse uma vontade de que ela não crescesse; "O IBC-Br está mostrando, nos últimos 12 meses, que a economia cresceu 3,97%, praticamente 4%, e não vi ninguém falando sobre isso", observa Francisco Lafaiete Lopes (Foto: Gisele Federicce)
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    247 – Os analistas econômicos brasileiros e a mídia têm uma "cultura de pibinho", ou seja, carregam um sentimento de pessimismo em relação à economia do País. Esta é a avaliação do ex-presidente do Banco Central Francisco Lafaiete Lopes, que não pela primeira vez critica essa postura negativa. Em sua avaliação, é como se os economistas tivessem uma vontade, de fato, que a economia não crescesse.

    "O IBC-Br está mostrando, nos últimos 12 meses, que a economia cresceu 3,97%, praticamente 4%, e não vi ninguém falando sobre isso", disse Chico Lopes, como é conhecido, ao jornal Valor Econômico, ao avaliar o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de junho. Num artigo publicado em 17 de julho no mesmo jornal, o economista afirmou que os indicadores da economia, em sua avaliação positivos, estavam sendo retratados de forma negativa (leia aqui).

    Ao analisar o índice do Banco Central, Chico Lopes lembra que "antes de falar do futuro, é importante falar corretamente do passado". Um crescimento de 4% ao ano, diz ele, é superior à média registrada nos últimos dez anos, quando o PIB teve um avanço de 3,5%. Enquanto analistas esperam um terceiro trimestre ruim e fazem estimativa de um PIB de 2% em 2013, a consultoria da qual Lopes é sócio, a Macrométrica, prevê expansão de 3,5% para os próximos trimestres – um crescimento anual de 3%.

    O ex-presidente do Banco Central foca na recuperação de alguns setores para fazer suas previsões otimistas. E diz que parte do pessimismo pode vir de desconhecimento. "O setor de duráveis, onde entram os automóveis, entram com um peso inferior aos não duráveis, que tem ponderação quase quatro vezes maior", exemplifica. "Muitos analistas não se deram o trabalho de entender a mecânica do IBGE para fazer o PIB, e sem entrar nos detalhes, a interpretação fica superficial", explicou.

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