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    Cientes da fraude, diretores da Americanas venderam R$ 258 milhões em ações antes do escândalo vir à tona

    Segundo a PF, ex-executivos da Americanas usaram informações privilegiadas para lucrar e evitar perdas diante de uma fraude contábil na varejista

    Unidade da Americanas em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

    247 - Segundo investigações da Polícia Federal, ex-executivos da Lojas Americanas usaram informações privilegiadas para lucrar e evitar perdas diante de uma fraude contábil na varejista. As apurações apontam que esses executivos, dentre eles Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, se desfizeram de dezenas de milhões de reais em ações da empresa antes da divulgação de uma gigantesca fraude financeira, que resultou na crise atual da companhia.

    Na manhã desta quinta-feira, a Operação Disclosure foi deflagrada, com agentes cumprindo mandados de busca e apreensão contra 14 indivíduos ligados ao caso, informa o Metrópoles. A Lojas Americanas, que atualmente enfrenta uma recuperação judicial devido a uma dívida de aproximadamente R$ 40 bilhões, é o foco desta investigação que desvela supostos crimes financeiros e organização criminosa dentro da rede varejista.

    Em janeiro de 2023, o mercado foi surpreendido com a revelação de um rombo financeiro bilionário na Lojas Americanas. A descoberta da fraude ocorreu logo após a nomeação de Sergio Rial como presidente da companhia. Rial assumiu o cargo com a missão de resgatar a empresa, mas sua gestão durou apenas nove dias. A divulgação da fraude desencadeou uma série de eventos que culminaram na atual crise financeira da empresa.

    Segundo a Polícia Federal, os ex-executivos da Americanas iniciaram um processo de venda massiva de ações da empresa ao perceberem que a nomeação de Sergio Rial e as medidas subsequentes inevitavelmente trariam à tona as irregularidades financeiras. Essas vendas foram realizadas antes que o mercado tivesse conhecimento da verdadeira situação da companhia, configurando assim o uso de informações privilegiadas.

    Gutierrez é apontado como um dos principais envolvidos. Até julho de 2022, Gutierrez havia vendido aproximadamente R$ 13 milhões em ações. Contudo, após ser informado de sua iminente substituição, ele intensificou suas vendas, acumulando R$ 158 milhões em transações – um comportamento drasticamente diferente do seu padrão anterior.

    Este padrão de vendas atípicas também foi observado em outros executivos da companhia. A PF destaca que a maioria das vendas ocorreram em ssetembro de 2022. Abaixo, os valores das transações de alguns dos principais envolvidos:

    • Anna Saicali: R$ 57 milhões
    • José Timotheo de Barros: R$ 20 milhões
    • Marcio Cruz Meirelles: R$ 5,5 milhões
    • Carlos Eduardo Padilha: R$ 1 milhão
    • Murilo Correa: R$ 2,8 milhões
    • Fábio Abrate: R$ 5,8 milhões
    • João Guerra: R$ 3,8 milhões
    • Jean Lessa: R$ 1,1 milhão (todas suas ações)
    • Maria Christina Ferreira do Nascimento: R$ 800 mil
    • Raoni Lapagesse: R$ 1,2 milhão

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