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    CNI após nova alta da Selic: 'juros altos só prejudicam a economia'

    Para a Confederação Nacional da Indústria, Banco Central erra ao não considerar queda do dólar e do preço do petróleo em sua decisão

    Ricardo Alban (Foto: Gilberto Sousa/CNI)
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    247 - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira (19) que o aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) anunciado pelo Banco Central não é necessário para controlar a inflação e prejudicará o ritmo de crescimento da economia. A Selic passou de 13,25% para 14,25% – maior patamar desde 2016. De acordo com o presidente da CNI, Ricardo Alban, o “nível atual da Selic, que implica taxa de juros real de 8,5% a.a. (3,5 p.p. acima da taxa neutra estimada pelo Banco Central), já tem impactado fortemente” o crescimento econômico. 

    Em comunicado, a CNI disse que o BC alguns fatores para o controle da inflação "não poderiam ter sido desconsiderados pelo Banco Central em sua decisão". "Um deles seria a valorização cambial. O dólar, que fechou 2024 a R$ 6,19, passou a R$ 5,68, em 18 de março de 2025", afirmou a entidade. "O segundo é a queda no preço do petróleo, cujo preço do barril Brent passou de US$ 85, em outubro de 2024, para aproximadamente US$ 70, em março de 2025. Essa diminuição no preço internacional da commodity ajuda a reduzir a pressão sobre o preço da gasolina e do diesel e beneficia o controle da inflação". 

    Na avaliação feita por Alban, a economia brasileira já “apresenta desaceleração mais aguda do que a prevista, tanto pela CNI, como por diversos analistas econômicos”. “Essa desaceleração intensa da economia já seria suficiente para controlar a inflação”, avaliou. 

    “A busca pela sustentabilidade fiscal deve ser uma prioridade de todos os poderes públicos constituídos e de toda a sociedade brasileira. Sem o comprometimento de todos, o Brasil seguirá pecando pela baixa sintonia entre política monetária e política fiscal, o que sobrecarrega a Selic e o custo do crédito, variável-chave para viabilizar investimentos e sustentar ritmo mais vigoroso de crescimento econômico”, complementou o dirigente. 

    Conforme a entidade, “o aperto monetário em curso já se traduz em aumento efetivo da taxa de juros dos tomadores de crédito”. “Em setembro de 2024, quando o Copom começou a aumentar a Selic, a taxa de juros média era de 27,54% a.a. Em janeiro de 2025, passou para 29,82% a.a. A CNI ressalta que os efeitos das quatro altas da Selic sequer tinham se materializado plenamente, uma vez que há uma defasagem temporal entre a alteração nos juros básicos e o impacto na economia”, continuou.

    “Juros mais altos significam crédito mais caro para as empresas e os consumidores. No caso das empresas, inviabilizam investimentos e dificultam o acesso a recursos de capital de giro essenciais para as necessidades do dia a dia. Com isso, as empresas crescem menos e criam menos empregos, prejudicando a população. No caso dos consumidores, os juros altos encarecem o custo de aquisição de muitos bens, sobretudo os duráveis de maior valor, como automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, que costumam depender de financiamento. Por fim, vale destacar que a desaceleração da atividade econômica tende a ser potencializada pelo menor ritmo de expansão da política fiscal e pela desaceleração do mercado de trabalho em 2025”, acrescentou a CNI. 

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