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    Com desemprego e inflação, endividamento chega a 58% entre famílias mais pobres

    A inflação, que bate recordes e está acima de 10% no acumulado de 12 meses, seria a principal razão de parte considerável da população deixar de pagar as contas

    (Foto: Pixabay | ABr)
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    Lula - Está cada dia mais difícil sobreviver no Brasil com o desemprego, inflação alta e desvalorização salarial que deixam as famílias mais pobres. Dado recente que comprova o caos em que o país vive nos tempos do desgoverno Bolsonaro é o alto endividamento da população.  Entre as famílias de menor renda, a inadimplência é de 58%.

    De acordo com sondagem especial do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, uma em cada três famílias brasileiras tem contas em atraso. Recentemente, a Serasa também divulgou que em janeiro, o número de brasileiros endividados superava 64,8 milhões.

    A inflação, que bate recordes e está acima de 10% no acumulado de 12 meses, seria a principal razão de parte considerável da população deixar de pagar as contas. Com a alta desenfreada dos preços de todos os produtos, falta dinheiro e sobram despesas.

    Se a inflação é alta e os salários não são reajustados com percentuais que cubram as perdas, o poder de compra diminui, o trabalhador fica mais pobre e a inadimplência aumenta. Além da inflação, o desemprego é outra razão do endividamento, especialmente para as famílias de menor renda.

    Mais pobres têm mais dívidas

    A sondagem da FGV, que ouviu 3.523 consumidores no período de 3 a 22 de janeiro, mostrou que a inadimplência chega a 58% nas famílias com renda de até R$ 2.100 e cai para 10% naquelas com ganhos acima de R$ 9.600.

    Ao menos 21% das famílias, segundo o levantamento do Ibre, têm contas com mais de 30 dias de atraso, maior taxa da sondagem realizada desde 2012. Acima de 90 dias, o percentual de endividamento chega a 17,5% na faixa de renda mais baixa e a 1,8% na mais alta.

    Em declaração a reportagem da Folha, a coordenadora das sondagens do consumidor do Ibre-FGV Ibre, Viviane Seda, disse que houve aumento de desigualdade em 2021, dificuldade de pessoas sem emprego voltarem ao mercado de trabalho e contratação no setor de serviço abaixo do esperado.

    Trabalhador tinha mais dignidade nos tempos do PT

    Sobreviver no Brasil nos tempos dos governos do PT era bem mais fácil. O desemprego atingiu níveis mais baixos, chegando à situação de pleno emprego. Por outro lado, o salário mínimo teve aumento real de 74% e, em mais de 80% dos casos, os reajustes salariais foram acima da inflação, fundamental para manter o poder de compra e evitar o empobrecimento do trabalhador como acontece agora.

    Em entrevistas recentes, o ex-presidente Lula tem destacado a importância da geração de empregos e de uma política salarial justa para não deixar o trabalhador no aperto e também comenta sobre o fato de, atualmente, cerca de 80% dos reajustes salariais serem abaixo da inflação. “Significa que está caindo a massa salarial, significa que a renda está caindo e significa que o povo está mais endividado e passando mais dificuldade. Então, nós precisamos urgentemente desenvolver a economia, gerar empregos e melhorar a renda do trabalhador para o Brasil voltar a crescer”.

    O ex-presidente declarou também que controlar a inflação é uma obrigação para garantir ao povo trabalhador o poder de compra e, assim, evitar piora na qualidade de vida. “Eu tenho visto muita gente na televisão dizendo: hoje eu fui no supermercado, eu comprei menos, eu diminuí a minha compra, eu trazia um carrinho cheio, agora estou trazendo meio carrinho. Eu comprava carne, eu comprava um quilo de carne por semana, hoje eu compro um quilo de carne por mês. No nosso governo a gente não só aumentou muito o Pronaf como a gente tinha programa para garantir a compra do alimento para que o alimento chegasse barato na mesa do povo.”

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