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    Conta de luz terá bandeira vermelha e preço vai disparar já em junho

    Aumento será consequência do nível baixo dos reservatórios e deve pressionar ainda mais a inflação

    (Foto: ABR)

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    SÃO PAULO (Reuters) - As contas de luz no Brasil ficarão mais caras em junho, com o acionamento da chamada bandeira tarifária vermelha nível 2, a mais custosa prevista no mecanismo que gera cobranças adicionais quando a oferta de energia no sistema é menor, em meio a uma crise hidrológica histórica no país.

    A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou em comunicado nesta sexta-feira que a mudança na bandeira, que em maio foi vermelha nível 1, deve-se ao início do próximo mês com os principais reservatórios hidrelétricos "em níveis mais baixos para essa época do ano".

    Na quinta-feira, o governo alertou sobre "emergência hídrica" de junho a setembro em 5 Estados, após o período de setembro a maio ter registrado as piores chuvas em 91 anos nas áreas das hidrelétricas.

    O presidente Jair Bolsonaro chegou a abordar a situação de escassez de chuvas em conversa com apoiadores nesta sexta-feira.

    "Estamos vivendo uma das maiores crises energéticas do país, crise hidrológica, tem problema", disse ele, ao comentar que tem preocupações sobre o impacto na geração de energia.

    O governo criou neste mês uma "sala de situação" com membros de diversos ministérios para acompanhar a questão da oferta de eletricidade.

    A bandeira tarifária vermelha nível 2 gera custo adicional na conta de luz de 6,243 reais para cada 100 kWh consumidos, segundo a Aneel.

    Analistas projetam que as cobranças adicionais com a bandeira tarifária devem se manter até o final do ano devido ao quadro climático, que já gera inclusive alerta entre especialistas, que começaram a calcular riscos de suprimento, sob avaliação de que será preciso flexibilizar restrições à operação de algumas hidrelétricas para garantir a oferta.

    O Ministério de Minas e Energia disse nesta sexta-feira que "a situação atual é desafiadora" devido aos baixos níveis das represas e que o foco dos trabalhos do governo no momento "é manter o máximo possível de água nos reservatórios." (Por Luciano Costa)

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