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CPI das Americanas: presidente da CVM desconfia de implicações apressadas e faz apelo à delação premiada

João Pedro Barroso do Nascimento prega cautela e respeito ao processo de apuração

Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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Filipe Calmon, especial para o 247 em Brasília - Culpar com tanta ênfase membros da diretoria anterior das Americanas pode ter sido um tiro que saiu pela culatra. Apesar dos estrondos causados, a ênfase e a sequência dos fatos deixaram alertas parlamentares membros da CPI das Americanas e também o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, ouvido como convidado na tarde desta terça-feira (20).

"A gente não pode tomar nenhuma conclusão precipitada. A gente viu aqui na última sessão um cuidadoso trabalho tentando endereçar a responsabilidade para os membros da diretoria da gestão anterior. Um trabalho produzido pelos advogados da companhia. Aquele trabalho obviamente tem um resultado, tem um objetivo. A gente não pode tomar as conclusões daquele trabalho como verdades absolutas", declarou João Pedro Nascimento repetidas vezes durante os trabalhos.

Outro recado bastante repetido foi sobre a delação premiada. Como ex-diretores e ex-funcionários foram implicados diretamente pelo atual presidente das Americanas, o presidente da CVM usou diversas vezes o microfone da CPI para reiterar que estão sendo ouvidas pessoas implicadas e que elas podem vir a ser premiadas pela colaboração. As citando como bons exemplos, reforçou a convocação.

"Eu encorajo os agentes de mercado que disponham de informações, que queiram, dentro de um contexto de arrependimento eficaz, construir uma relação colaborativa com a CVM a realizar colaborações premiadas, a participar dos acordos de supervisão ou até mesmo a fazerem auto denúncias".

Para o presidente da CVM, porém, este ainda não é momento de apontar os dedos. Ele prega cautela e respeito ao processo de apuração. "A CVM jamais anteciparia conclusões. A CVM jamais dominaria pessoas. Mesmo tendo elementos de autoria, a gente está fazendo esse trabalho com muito cuidado porque acredita na importância do estado democrático de direito, do contraditório, da ampla defesa".

Em outro momento, elencou perguntas que estão abertas. "Então os conselhos de administração, fiscal, de auditoria, auditoria independente não sabiam de nada? Existe sim a possibilidade de alguns deles terem sido enganados, já que estamos falando de fraude, que tem como característica o ardil de enganar. Mas confiem no trabalho da CVM, nas áreas técnicas da CVM, que a resposta virá de maneira adequada, com impessoalidade, tentando entender o que de fato aconteceu de forma muito responsável", prometeu.

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