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    De novo o caminho errado

    O governo Dilma chancelou o que já vínhamos discutindo e argumentando. O governo não possui um plano de longo prazo para a economia

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    O governo Dilma chancelou o que já vínhamos discutindo e argumentando. O governo não possui um plano de longo prazo para a economia; inexiste uma política estratégica macroeconômica e as alas que ditam as regras da economia no governo estão mais preocupadas em ver quem despacha mais próximo da Presidenta do que os resultados de suas propostas.

    A vaidade para medir a capacidade de influenciar o raciocínio de Dilma também vem atrapalhando os agentes econômicos. Exatamente da forma como os bajuladores estremeceram as bases sólidas da Petrobras, alguns deles tentam abalar as linhas da política econômica.

    Nos corredores, o medo de dizer algo que seja verdadeiro, mas discordante da Presidenta, restringe as margens de manobras de forma convergente ao resultado positivo para o coletivo. A chancela da total ineficiência é a tentativa de conter a inflação via medida provisória que zera o PIS/Cofins para o transporte público. O governo tenta impedir que os ajustes tarifários contribuam para um aumento inflacionário. Vale lembrar que meses antes, o governo pediu para que os reajustes fossem postergados, tentando cumprir a meta inflacionária.

    Reitero que não discordo de medida que aliviem a carga tributária e o peso sobre o povo brasileiro, porém, não podemos ser complacentes com medidas impensadas, que trarão transtornos e desequilíbrios futuros. É intolerável uma economia tão forte como a brasileira ser tratada a reboque.

    Mesmo que nosso Estado não esteja nas cordas como os países europeus, precisamos tomar cuidado para que a situação não se degringole. Sobre a Europa, precisa-se registrar que o cenário não traz novos alentos e agora até mesmo Merkel sofre com criticas internas e confusões domésticas que podem tirar o brilho do crescimento alemão.

    Por aqui, é relevante ainda a mudança ocorrida no patamar cambial, que inverterá a equação de importação, podendo afligir mais fortemente o mercado consumidor. Por falar em mercado consumidor, algumas declarações pós reunião do COPOM sinalizam uma guinada significativa na forma de levar a economia.

    Percebeu-se que crescimento econômico baseado apenas em consumo traz limitações em sua base de expansão, além de termos indicadores que consolidam uma posição de endividamento crescente.

    Ou seja, entende-se que agora o movimento de consumo ocorra de forma natural, sem uma intervenção tão direta como a que estamos observando. O lema agora empunhado pelo BC é o lema do investimento.

    Guardadas as devidas proporções, o governo parece convencido de que precisa destravar as vias de investimento privado e deliberar sobre as normas e regulações, deixando a iniciativa privada prover a população de suas demandas.

    Baixada a guarda do consumo, esperamos um ambiente mais ameno para o provimento das necessidades empresariais, que, mesmo com um encarecimento das taxas de juros e um custo de importação crescente, deve assumir as rédeas da operações e conjecturar enfim um nível estrutural operante.

    A dúvida sobre a mudança de rota, saindo do consumo e entrando firmemente no investimento, é qual o cenário desenhado pelo governo para tal, uma vez que o estrangulamento logístico, industrial e comercial já estava mapeado.

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