Dilma alerta para aumento do uso de termelétricas
"Teremos de ter um cuidado muito grande com a redução das emissões geradas pelo setor de energia", disse Dilma, acrescentando que as hidrelétricas a fio d'água e as eólicas são geradoras voláteis, o que leva a um aumento da presença de termelétricas, mais poluentes
BRASÍLIA, 5 Jun (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que o país deve enfrentar o desafio de desenvolver de maneira sustentável os setores industrial, agropecuário e energético, alertando que o aumento da participação de usinas hidrelétricas sem reservatórios (fio d'água) e de centrais eólicas elevará o uso de termelétricas, mais poluentes.
Em cerimônia do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a presidente voltou a defender um modelo de desenvolvimento que combine o crescimento econômico à proteção do meio ambiente e à distribuição de renda.
"Nós estamos mostrando que é possivel fazer o que muitos pensavam que era impossível. Nós mostramos que é possível crescer e preservar, que é possível crescer e distribuir renda", discursou Dilma.
"Agora nós teremos de ter um cuidado muito grande com a redução das emissões geradas pelo setor de energia", alertou a presidente.
De acordo com Dilma, as hidrelétricas a fio d'água, que funcionam praticamente com a força do fluxo do rio, e as eólicas são geradoras voláteis, o que leva a um aumento da presença de termelétricas no parque gerador brasileiro.
"Nós temos de enfrentar o fato de que se nós continuarmos a fazer hidrelétricas a fio d'água... haverá uma tendência inexorável de aumento das térmicas na nossa matriz", afirmou. "E uma térmica é muito mais poluente do que uma hidrelétrica com reservatório."
As usinas a fio d'água foram a solução encontrada pelo governo para construir hidrelétricas na região amazônica sem inundar grandes áreas de floresta. É o caso do projeto de Belo Monte (PA), por exemplo.
Sem reservatórios, porém, elas praticamente não conseguem estocar água para usar na época das secas. Assim, quando não chover, elas reduzirão de modo significativo sua capacidade de geração, obrigando o governo a mandar ligar térmicas para compensar. O mesmo raciocínio vale para as usinas eólicas, que não conseguem gerar quando não está ventando.
DESMATAMENTO
A presidente comemorou ainda os dados do desmatamento da Amazônia Legal anunciados pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Segundo dados atualizados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento em 2011/12 ficou em 4.571 quilômetros quadrados, considerada a menor "em toda a história" pela ministra.
Estimativa preliminar da pasta, divulgada em novembro do ano passado, previa uma área de 4.656 quilômetros quadrados desmatados entre agosto de 2011 e julho de 2012.
A ministra disse ainda que o país já cumpriu 76 por cento de sua meta voluntária de desmatamento, que era 80 por cento, alcançou mais de 60 por cento da meta total de redução das emissões, que é de 36,1 por cento até 2020.
Em 2012, segundo dados do Imazon e também preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou-se um aumento do desmatamento nos últimos cinco meses. O Imazon detectou a devastação de 1.288 quilômetros quadrados de matas, mais do que o dobro da área devastada no mesmo período de 2011.
(Por Maria Carolina Marcello)
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