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    Dólar chega a R$ 4,69 e atinge menor patamar desde abril de 2022

    Melhora dos indicadores econômicos no governo Lula aumenta otimismo do mercado sobre o ambiente de negócios, em meio ao avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária

    Lula (Foto: Reuters/Rodrigo Antunes | Reuters/Lisa Marie David)

    Reuters - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, continuando nos menores patamares em mais de um ano enquanto investidores digeriam importantes dados de inflação dos Estados Unidos, que vieram em linha com o esperado e podem reforçar expectativas de que o Federal Reserve não promoverá mais aumentos de juros neste ano, em meio ainda ao maior otimismo sobre a conjuntura local.

    Às 10:24 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,83%, a 4,7193 reais na venda.

    Na mínima do dia, o dólar caiu 1,32%, a 4,6960 reais, cotação que corresponde aos patamares de encerramento mais baixos desde abril de 2022.

    Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,55%, a 4,7195 reais.

    Sustentando o bom humor no pregão, dados desta sexta-feira mostraram que a inflação norte-americana medida pelo índice de preços PCE subiu 0,2% no mês passado, após avanço de 0,1% em maio, informou o Departamento de Comércio dos EUA.

    Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,2%, após alta de 0,3% no mês anterior. Isso reduziu o aumento na base anual do chamado núcleo do PCE para 4,1%, o menor avanço desde setembro de 2021, de 4,6% em maio.

    Economistas consultados pela Reuters previam que o núcleo do índice de preços do PCE subiria 0,2% no mês e 4,2% na comparação anual.

    "Ambos os dados vieram dentro das expectativas. Caso o índice mantenha essa trajetória baixista até a próxima reunião do Fomc, a tendência é de não termos mais elevações na taxa de juros", disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno. "Esse dado de hoje deve influenciar positivamente a decisão da autoridade monetária."

    Nesta semana, o Federal Reserve elevou os juros em 0,25 ponto percentual, amplamente em linha com o esperado. Embora tenha deixado a porta aberta para mais ajustes, a maioria dos mercados acredita que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos já acabou. Isso torna a perspectiva de retorno de investimentos em renda fixa denominados em dólar menos atraente, o que pode levar a um redirecionamento de dinheiro para praças mais rentáveis, como os mercados emergentes.

    O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes rondava a estabilidade nesta manhã, mas a divisa norte-americana apresentava perdas acentuadas contra pares emergentes, como peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano.

    Enquanto isso, no Brasil, investidores continuavam apontando maior otimismo sobre o ambiente de negócios, em meio ao avanço de pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária no Congresso e depois que a agência de classificação de risco Fitch elevou nesta semana a nota de crédito soberano do Brasil a "BB", contra "BB-" antes, com perspectiva estável.

    Agora, o mercado fica à espera da reunião de política monetária do Banco Central, que se encerra na quarta-feira da semana que vem, com ampla expectativa de um afrouxamento dos juros.

    Na quinta-feira, o dólar à vista fechou cotado a 4,7590 reais na venda, com alta de 0,65%.

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