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    Dólar devolve ganhos frente ao real com arrefecimento de temores sobre tensão geopolítica

    Dólar retorna à estabilidade, mas ainda em patamar alto

    Reservas em dólares aumentaram (Foto: Kim Hong Ji - Reuters)

    Reuters - O dólar devolveu ganhos iniciais e passou a rondar a estabilidade frente ao real nesta sexta-feira, conforme passava o susto geopolítico após notícias de ataque de Israel ao Irã, com o pessimismo sendo limitado pela percepção de que não haverá escalada no conflito do Oriente Médio.

    Às 10h05 (de Brasília), o dólar à vista tinha estabilidade, a 5,2507 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,19%, a 5,2555 reais na venda.

    Embora tivesse pouca alteração, mais cedo a moeda norte-americana chegou a subir 0,52%, a 5,2782 reais.

    "Dólar ganhou tração pelo ambiente de cautela, tanto pelo agravamento das tensões no Oriente Médio quanto pela visão de que o Fed deverá seguir com parcimônia sobre os juros americanos", disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.

    Explosões ecoaram sobre uma cidade iraniana nesta sexta-feira, no que fontes descreveram como um ataque israelense. As notícias levaram a uma fuga intensa para moedas seguras, como o iene e o franco suíço, no início desta sexta-feira.

    No entanto, limitando as perdas dos ativos de risco, Teerã minimizou o incidente e indicou que não tinha planos de retaliação - uma resposta que parecia destinada a evitar uma guerra mais ampla na região.

    O dólar e outras divisas consideradas apostas seguras, como a japonesa e a suíça, são buscados em tempos de turbulência geopolítica, quando há mais chances de haver perdas acentuadas e volatilidade em ativos como ações e moedas de mercados emergentes.

    "O ataque aparentou ser mais um recado, com impacto limitado e sem indicações de novas retaliações. Apesar de persistirem as preocupações com os riscos geopolíticos, o mercado retornou ao patamar do fechamento anterior, refletindo declarações do Fed, riscos fiscais internos e expectativas globais de juros", disse Diego Costa, chefe de câmbio para Norte e Nordeste da B&T.

    Na véspera, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, e o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disseram que o banco central dos EUA não está com pressa para cortar os juros, ecoando fala do chair do Fed, Jerome Powell, do início da semana.

    Na terça-feira, Powell disse que o banco central dos Estados Unidos pode precisar manter a taxa básica de juros mais alta por mais tempo do que se pensava anteriormente, devido ao que ele chamou de "falta de mais progresso" este ano em direção à meta de inflação de 2%.

    Essa fala foi um dos principais impulsionadores do dólar frente ao real nesta semana, embora também tenha pesado a decisão do governo brasileiro de afrouxar a meta de resultado primário para 2025 a um déficit zero, ante superávit de 0,50% do PIB buscado antes.

    Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2508 reais na venda, em leve alta de 0,12%. No entanto, a moeda caminha para um ganho de 2,53% frente ao encerramento da última sexta-feira, o que marcaria um quarto ganho semanal consecutivo e o mais intenso desde o início de outubro de 2023.

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