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    Dólar sobe a R$ 5,26, com aversão global a risco

    Moeda americana segue em maior patamar desde março do ano passado

    Notas de dólar 07/11/2016. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

    Por Camille Bocanegra, Infomoney - O dólar à vista amplia alta na sessão desta terça-feira (16), depois de um encerramento com alta no dia anterior. A movimentação representa a quarta alta consecutiva perante o real, chegando ao maior patamar desde março passado.

    Se ontem a moeda foi puxada por dados do varejo nos EUA, hoje o que traz a valorização são os temores sobre próximos movimentos do Federal Reserve, a repercussão ainda da meta de superávit primário no Brasil e as possíveis tensões no Oriente Médio.

    Investidores estarão atentos a pistas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que fala ainda nesta terça-feira, em seus primeiros comentários desde que os dados de inflação dos EUA na semana passada foram mais fortes do que o esperado.

    No Brasil, além dos olhares voltados para possíveis falas de Fernando Haddad em Washington, o Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2024.

    Qual a cotação do dólar hoje? - Às 10h55, o dólar à vista tem alta de 1,48%, a R$ 5,261 na compra e R$ 5,261 na venda. No mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia de 1,46%, aos 5.270 pontos.

    Dólar comercial

    • Venda: R$ 5,261
    • Compra: R$ 5,261
    • Máxima: R$ 5,271
    • Mínima: R$ 5,199

    Dólar turismo

    • Venda: R$ 5,456
    • Compra: R$ 5,276


    O que está acontecendo com dólar? - O dólar atingiu um pico em cinco meses em relação à libra e ao euro nesta terça-feira, um dia depois que dados mais fortes do que o esperado de vendas no varejo dos Estados Unidos elevaram os rendimentos dos Treasuries, aumentando as preocupações de uma intervenção de Tóquio já que o iene permanece em seu nível mais baixo desde 1990.

    “Nesta manhã caminhamos para o que pode ser mais um dia difícil para o real brasileiro”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando a frustração dos mercados com a decisão do governo de afrouxar a meta de resultado primário para zero para o próximo ano, em uma redução do esforço anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

    “A gente já sabia que (o governo) faria isso, mas o fato de ter feito finalmente começa a destravar uma percepção de que o governo estaria disposto a encorrer em revisões de meta para não ver o gasto ser prejudicado, em vez de controlar o gasto”, explicou Spiess.

    “E tem ainda o fato de que a economia lá fora tem dado alguns sinais positivos. Economia mais forte significa maior inflação e, consequentemente, essa maior resiliência inflacionária demanda maior patamar de juros”, completou o analista.

    No exterior, vários pares arriscados do real também tinham perdas acentuadas, com destaque para o peso mexicano, que cedia 1,20%. O peso chileno caía 0,80%, enquanto o dólar australiano recuava 0,50%.

    EUA - Dados na segunda-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,7% no mês passado, em comparação com uma alta de 0,3% previsto pelos economistas consultados pela Reuters, reforçando as expectativas de que é improvável que o Federal Reserve se apresse em cortar os juros este ano.

    Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.

    Os rendimentos dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, seguem com alta desde a manhã de ontem, assim com os contratos com vencimentos mais curtos.

    “A economia dos EUA continua a crescer de forma muito sólida, em um nível acima da tendência de longo prazo, o que dá suporte a rendimentos mais altos dos títulos dos EUA e argumenta contra o corte da taxa de juros pelo Fed”, disse Kenneth Broux, chefe de pesquisa corporativa, câmbio e taxas do Société Générale.

    Os mercados estão agora precificando uma chance de 41% de o Fed cortar os juros em julho, em comparação com cerca de 50% antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

    Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1835 reais na venda, em alta de 1,21%, maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.

    (Com Reuters)

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