Dólar tem leve alta em meio à recuperação no exterior e espera por novos dados
Às 9h44, o dólar à vista subia 0,17%, a R$ 5,4888 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de 1º vencimento tinha alta de 0,10%, a R$ 5,485 na venda
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve alta frente ao real nesta segunda-feira, enquanto recuperava sua força em mercados emergentes, uma vez que investidores demonstram cautela antes de uma série de dados econômicos ao longo desta semana e avaliam a situação tensa no Oriente Médio.
Às 9h44, o dólar à vista subia 0,17%, a 5,4888 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,10%, a 5,485 reais na venda.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,97%, cotado a 5,4795 reais, acompanhando queda generalizada da moeda norte-americana no exterior.
Nesta manhã, o dólar recuperava parte de suas amplas perdas acumuladas na sexta-feira, quando o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, apoiou o início de um ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, durante seu discurso no simpósio de Jackson Hole, no Estado norte-americano de Wyoming.
As falas de Powell confirmaram as expectativas crescentes dos mercados de que o banco central dos EUA cortará sua taxa de juros em setembro em meio a um esfriamento do mercado de trabalho e à desaceleração da inflação, que tem retornado gradualmente em direção à meta de 2% do Fed.
O apetite por risco, no entanto, diminuía no início desta semana, uma vez que os investidores aguardavam a divulgação de uma nova bateria de dados econômicos e analisavam o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O grande evento econômico da semana ocorrerá na sexta-feira, com a publicação do relatório do índice PCE para julho, o indicador preferido de inflação do Fed, que deve fornecer sinais sobre a trajetória dos preços nos EUA.
Analistas consultados pela Reuters projetam que o índice registre uma alta de 0,2% na base mensal, de 0,1% no mês anterior. Em relação ao ano anterior, a expectativa é de avanço de 2,5%, mesmo patamar de junho.
Outras economias importantes, como Alemanha, Espanha e França, divulgarão dados de inflação ao consumidor ao longo da semana.
Agentes financeiros também tinham no radar o aumento das tensões no Oriente Médio, com Israel e o grupo militante libanês Hezbollah trocando ataques de mísseis e drones durante o fim de semana, gerando preocupações de escalada nos confrontos regionais e busca por ativos seguros.
Os eventos no Oriente Médio impactavam os preços do petróleo, que subiam a taxas de quase 3% globalmente.
"Por um lado, o mercado ainda nutre certa perspectiva positiva diante da queda iminente dos juros norte-americanos. Por outro, os movimentos geopolíticos entre Israel e Hezbollah provocam uma aversão ao risco, com impacto sobre o dólar", disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
Dessa forma, o dólar se recuperava frente a moedas emergentes, subindo ante o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso colombiano.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,20%, a 100,860.
No cenário nacional, o mercado acompanha pela manhã comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí.
Na agenda macroeconômica nacional, o IBGE divulgará na terça-feira os dados do IPCA-15 de agosto, um medidor inicial do comportamento dos preços neste mês.
Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central subiram de forma acentuada sua expectativa para o crescimento do PIB ao fim deste ano, mas elevaram novamente a projeção para a alta do IPCA em 2024, de acordo com a mais recente pesquisa Focus.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a economia brasileira é vista crescendo 2,43% ao fim de 2024, ante avanço de 2,23% na semana anterior.
Por outro lado, o Focus ainda evidenciou que o mercado subiu pela sexta semana consecutiva a projeção para a alta do IPCA neste ano, agora em 4,25%, de 4,22% há uma semana.
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