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    "É inusitado que a preocupação do presidente dos EUA seja a mesma do presidente do Brasil em relação ao trabalho", diz Lula

    Na semana passada, Lula e Biden lançaram juntos uma inédita parceria para promover o trabalho digno. Presidente discursou nesta terça-feira em evento do Novo PAC

    Joe Biden (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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    247 - O presidente Lula (PT), durante discurso nesta terça-feira (26) no lançamento do Novo PAC - Seleções, comentou a parceria inédita entre Brasil e Estados Unidos na semana passada por uma iniciativa para promover o trabalho digno. “É uma coisa inusitada a gente perceber que a preocupação de um presidente como o dos Estados Unidos é a mesma preocupação de um presidente brasileiro com relação à questão do mundo do trabalho”, classificou Lula, antes de analisar o cenário trabalhista: “o mundo do trabalho está ficando precarizado, mesmo a gente discutindo muita inovação, mesmo com essa revolução digital. Tem muita gente trabalhando em condições quase que subumanas, e o que nós queremos é tentar criar condições para que o trabalho dessas pessoas seja dignificado. A gente não está naquela de exigir que ele tenha carteira profissional assinada se ele não quiser. O que a gente tem é preocupação de garantir para ele um sistema de seguridade social que quando ele estiver em uma situação difícil tenha o Estado para dar a ele um suporte de sobrevivência mínima”. >>> Lula lança Novo PAC Seleções, voltado para estados e municípios, com previsão de investimento de R$ 65,2 bilhões

    “Vocês estão lembrados de um discurso que eu costumo repetir: muito dinheiro na mão de poucos significa alastramento da pobreza, da miséria, da desnutrição, da prostituição, da violência, porque há muita concentração de riqueza. Mas pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário, significa a gente criar uma classe média que se sustenta, que consome, que gera emprego, oportunidade, que estuda. É esse país que a gente quer construir, não um país em que uma pequena maioria [sic] muito seletiva tenha tudo e uma maioria não tenha nada. Esse mundo não pode existir. Por isso estamos tentando construir uma campanha contra a desigualdade no planeta, todo e qualquer tipo de desigualdade”, complementou mais à frente.

    Novo PAC - Seleções - Exaltando o pacto entre governo federal, governos estaduais e prefeituras, o presidente afirmou que o objetivo do Novo PAC é gerar emprego e renda no país. “O que a gente está tentando fazer com prefeitos e governadores é criar a ideia definitiva nesse país que o ente federativo precisa prevalecer, que não pode ter um presidente que goste de governador porque é de tal partido ou que não goste porque é de outro partido. Isso é crime, isso é crime, falta de respeito à democracia e falta de respeito ao voto do povo que elegeu a pessoa”.

    Ele ainda voltou a pedir que seu governo seja cobrado: “aos prefeitos, aproveitem que eu estou na Presidência, porque eu tenho consciência de que nunca antes na história do país os prefeitos foram tratados como foram tratados nos meus dois primeiros mandatos. Não está longe o tempo em que prefeito vinha a Brasília e ninguém queria receber. Então vocês aproveitem que eu sou presidente e reclamem, não tem problema reclamar e reivindicar. O que eu queria pedir em contrapartida para os prefeitos, governadores e vale para os empresários? É que nessas obras do PAC, de preferência, vamos contratar as pessoas da cidade, vamos contratar as pessoas da comunidade, porque se não uma empresa vai fazer uma obra na cidade vizinha, leva trabalhadores de outra cidade e a cidade que está recebendo a obra não consegue gerar nenhum emprego. Na medida do possível, na hora de contratar os trabalhadores, vamos saber se na comunidade tem gente para fazer a obra que vocês precisam, porque a gente gera emprego, gera desenvolvimento para a comunidade, gera comércio, faz o dinheiro circular. E vou dizer mais: a gente diminui a bandidagem na comunidade se a gente gerar emprego, salário e renda”.

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