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    Economistas escrevem manifesto chamando voto útil em Lula no primeiro turno

    Segundo os economistas, existe o risco de ruptura institucional da democracia no Brasil

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
    Juca Simonard avatar
    Conteúdo postado por:

    247 - Um grupo de economistas, de diferentes universidades e instituições de ensino, através de uma carta-manifesto, defendeu o voto útil no ex-presidente Lula (PT), no primeiro turno das eleições de 2022, para que a disputa se encerre já no próximo domingo, 2, com a derrota de Jair Bolsonaro (PL), informou o jornal O Estado de S.Paulo.

    >>> Leia mais: Um dos formuladores do Plano Real, André Lara Resende declara voto em Lula no 1º turno

    Os economistas criticam o governo Bolsonaro em áreas como a saúde, a educação, o meio ambiente e a segurança pública, e apontam que, do ponto de vista da economia, denunciam a concessão de benefícios a grupos sociais poucos meses antes das eleições e o desmonte da capacidade de combate à corrupção.

    Eles também afirmam ver o risco de ruptura institucional da democracia no Brasil.

    Confira abaixo o documento na íntegra e os signatários.

    “Neste momento crítico da história brasileira, nós, abaixo-assinados/as, economistas que sempre nos posicionamos em favor da estabilidade econômica, do fortalecimento das instituições e da justiça social, nos manifestamos em apoio à candidatura do ex-presidente Lula, já no primeiro turno.

    As ações e a inépcia do atual governo causaram um desastre no processo de desenvolvimento institucional e socioeconômico do país, afetando dramaticamente o bem-estar da população brasileira.

    O presidente promoveu o desmonte do aparato de fiscalização de crimes ambientais, incentivando o desmatamento acelerado e causando uma grave deterioração do meio-ambiente e a depreciação de nosso capital natural.

    A política de saúde foi calamitosa, o governo federal não coordenou os esforços do SUS e a gestão da pandemia contribuiu para dezenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas. O presidente, ainda nesse contexto, demonstrou total falta de empatia com as pessoas que sofriam com a morte de entes queridos pela Covid-19.

    Não houve qualquer avanço na política educacional, que passou a ser pautada por ideologia, ocasionando retrocesso no aprendizado de crianças e adolescentes, em particular durante a pandemia e principalmente entre os mais vulneráveis.

    A política de segurança pública se pautou por estimular a resolução de conflitos de forma individual e violenta: o acesso a armas de fogo e munições pela população foi extremamente facilitado e buscou-se estabelecer uma salvaguarda para policiais matarem, com a tentativa de aprovação da excludente de ilicitude.

    Na economia, desmontou-se o orçamento federal e foram criados gastos direcionados a grupos de eleitores e interesses específicos meses antes da eleição – uma afronta às instituições eleitorais. Apesar da retórica, houve um desmonte da capacidade institucional de combate à corrupção, e várias denúncias envolvendo o atual governo, o próprio presidente e seus familiares não foram esclarecidas.

    Por fim, e ainda mais importante, o atual presidente fez e continua a fazer reiteradas ameaças à democracia, agredindo o judiciário, afirmando que não respeitará os resultados da eleição e fomentando um clima de profunda instabilidade e o risco real de ruptura institucional.

    Em que pesem sérias discordâncias a respeito de políticas implementadas no passado por governos do PT, reconhecemos no ex-presidente Lula a única liderança capaz de derrotar o atraso maior representado pelo atual governo. Viabilizar a sua vitória em primeiro turno nos parece a resposta mais contundente, segura e efetiva de proteção à democracia no Brasil, aumentando assim o compromisso do futuro governo com políticas que unifiquem o país. Votamos em Lula em prol da união de um amplo espectro de forças políticas em defesa da democracia, na esperança de que possamos ter um governo para todas e todos os brasileiros.

    Amanda de Albuquerque

    Bernard Herskovic

    Bernardo Silveira

    Bruno Giovannetti

    Carlos Góes

    Carolina Grottera

    Cláudio Considera

    Claudio Ferraz

    Daniel Cerqueira

    Diana Moreira

    Dimitri Szerman

    Emanuel Ornelas

    Fernanda Estevan

    Filipe Campante

    Francisco Costa

    Gabriel Ulysses

    Joana Monteiro

    Joana Naritomi

    João Ramos

    José Tavares de Araújo Jr

    Laura Karpuska

    Laura Schiavon

    Marco Bonomo

    Marcos Ross Fernandes

    Mayara Felix

    Octavio de Barros

    Otaviano Canuto

    Paula Pereda

    Paulo Corrêa

    Paulo Furquim de Azevedo

    Rafael Costa Lima

    Raphael Corbi

    Ricardo Dahis

    Rodrigo R. Soares

    Rudi Rocha

    Sergio Firpo

    Thomas Fujiwara

    Tiago Cavalcanti

    Afiliações

    FGV, George Washington University, Insper, Johns Hopkins University, London School of Economics, PUC-Rio, Princeton, UFF, UFPE, University of British Columbia, University of California - Davis, University of California - Los Angeles, University of California - San Diego, University of Cambridge, University College London, University of Delaware, USP, UFJF, University of Southern California, Yale”

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