Empréstimo-ponte é saída para Americanas, mas Lemann, Telles e Sicupira teriam que colocar a mão no bolso
Os maiores acionistas dariam metade da verba e a outra metade seria captada junto ao mercado financeiro
247 - Um empréstimo-ponte - o chamado DIP (Debtor in Possession) - é hoje a alternativa mais discutida internamente para injetar dinheiro e salvar a Americanas, segundo o Estado de S. Paulo. Para isso, porém, os maiores acionistas da empresa, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, teriam que colocar a mão no bolso e participar com metade do aporte. O restante seria captado no mercado financeiro, incluindo no exterior.
Sem a participação do trio, é mais difícil fechar o empréstimo. "Fala-se em um crédito ao redor de US$ 2 bilhões. Segundo fontes, sem a participação do trio de acionistas bilionários esse empréstimo teria muito mais dificuldade de ser fechado. O aporte pode sair já nos próximos dias e as conversas estão sendo tocadas, incluindo com fundos - locais e estrangeiros - que compram papéis de empresas com problemas. Uma possibilidade é de que a empresa ofereça unidades de negócios como garantias para esses fundos", explica a reportagem.
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Apesar do esforço, que manteria a Americanas funcionando nos próximos meses, a empresa ainda sim dependeria de uma recuperação judicial.
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Americanas: a fraude e o calote dos bilionários
No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.
A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como "heróis" do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.
O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.
Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da "meritocracia", com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.
Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.
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