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    Exploração no Sul: Petrobras aposta na Bacia de Pelotas após impasse sobre a Margem Equatorial

    Com licença ambiental pendente no Norte, empresa concentra esforços no extremo Sul. Bacia de Pelotas pode render de 10 a 15 bilhões de barris de petróleo

    Plataforma da Petrobras na Bacia de Santos 5/09/2018 REUTERS/Pilar Olivares (Foto: PILAR OLIVARES)

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    247 - Com o entrave ambiental para explorar a Margem Equatorial, a Petrobras redireciona seu foco para a Bacia de Pelotas, situada no extremo Sul do país. A iniciativa, que recebeu aval da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em um leilão realizado em dezembro de 2023, configura-se como um novo polo estratégico para a exploração de petróleo no Brasil. Segundo o jornal O Globo, a Petrobras firmou dois consórcios para atuação na região: um com a Shell e a chinesa CNOOC e outro apenas com a Shell. A Chevron também adquiriu blocos na mesma área, demonstrando o interesse internacional na região.

    Inspiradas pelos recentes êxitos na Namíbia, onde descobertas indicam até 13 bilhões de barris de petróleo, as petroleiras vislumbram o potencial da Bacia de Pelotas, cujas formações geológicas são semelhantes às do país africano. A exploração é incentivada pelo geólogo Pedro Zalan, que destaca o risco do Brasil de voltar a depender de importações de petróleo a partir da próxima década, caso não ocorra a descoberta de novas reservas. Zalan ressalta que, embora a camada do pré-sal tenha garantido alta produção nos últimos anos, seu pico produtivo deve ser atingido até 2030, reforçando a necessidade de diversificação das reservas nacionais.

    "A semelhança é total, e Pelotas é maior e mais profundo em relação à Namíbia. Pelotas pode ter uma reserva entre 10 bilhões a 15 bilhões de barris", afirmou Zalan. Com isso, o Brasil poderia evitar a previsão de importar petróleo em um futuro próximo.

    Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghi, as petroleiras que adquiriram blocos na Bacia de Pelotas já estão tomando medidas iniciais para iniciar a exploração, como a contratação de levantamentos sísmicos. No entanto, ele ressalta que o início da produção é um processo longo. "Podemos levar ao todo um período de 12 anos até iniciar a produção", explica Ardenghi, reforçando que a comprovação da viabilidade econômica e o plano de desenvolvimento devem ser aprovados pela ANP.

    Enquanto o Norte do Brasil já experimenta tensões ambientais e mobilizações sociais relacionadas à exploração de petróleo, o Sul ainda se encontra no estágio de expectativa quanto aos impactos econômicos e sociais da chegada da indústria petrolífera. As cidades de Porto Alegre, Rio Grande, Chuí e Pelotas são apontadas como as principais áreas de apoio logístico e de infraestrutura para a exploração na Bacia de Pelotas.

    A Petrobras, por sua vez, afirma que os blocos adquiridos na região ampliam sua área de exploração de 30 mil para 50 mil quilômetros quadrados. Além disso, entre as ambições da estatal está o desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore, uma iniciativa que busca diversificar as fontes de energia e mitigar os impactos ambientais da atividade petrolífera.

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