Folha defende reforma trabalhista fracassada e é enquadrada por economistas
Segundo a Folha de S.Paulo, apesar da reforma trabalhista, que destruiu os direitos dos trabalhadores, não ter gerado empregos formais, não se pode tomar os números ruins “como prova de ineficácia da reforma”
247 - Em editorial neste sábado, 13, a Folha de S.Paulo defendeu a reforma trabalhista fracassada de 2017, que destruiu a CLT e enfraqueceu os direitos trabalhistas da população. A medida foi uma das mais importantes realizadas pelo golpe de Estado com a chegada de Michel Temer (MDB) ao governo.
Segundo a Folha, “uma das mudanças mais importantes promovidas em 2017 foi a criação de novas possibilidades de contratação, em modalidades parcial e intermitente, visando contratos aderentes à prática do mundo contemporâneo do trabalho, mais ancorado em tarefas temporárias e múltiplas ocupações”.
“Outro alvo das alterações na CLT foi a simplificação de regras e o melhor equilíbrio entre as partes nas ações judiciais, de modo a coibir disputas oportunistas. De fato, houve queda sensível do número de novas ações trabalhistas - de 3,96 milhões em 2017 para 2,2 milhões no ano passado”, diz o jornal ao defender, na realidade, a insegurança do trabalhador frente a seu patrão em caso de descumprimento de direitos trabalhistas.
Ainda mais, a Folha lamentou a "infeliz decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar inconstitucional a previsão de que a parte perdedora pagasse os custos do processo”, isto é, que o trabalhador pagasse o processo caso o perdesse, e vice-versa.
A Folha, no entanto, admite que a geração de empregos formais - como prometiam os defensores da reforma - não deu resultados efetivos. Pelo contrário, desde 2017, a situação só vem piorando, com aumento do desemprego e da informalidade.
Porém, para defender a destruição da CLT, o jornal faz um malabarismo e explica que não se pode tomar os números ruins “como prova de ineficácia da reforma”, pois “a situação econômica do país era precária antes da mudança e assim permaneceu depois, com o agravante do impacto da pandemia”.
No Twitter, Uallace Moreira, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), comentou o editorial e disse “a grande imprensa e o mercado estão se esforçando para defender a reforma trabalhista”, “usando a crise como desculpa” pelo fracasso da reforma.
Nas redes sociais, Maura Montella, professora de Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também criticou o editorial da Folha:
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