TV 247 logo
    HOME > Economia

    Galípolo seguirá o 'modelo do Fed' e não pretende pedir autorização do BC para dar entrevistas

    Economista Gabriel Galípolo defende a autonomia dos diretores do Banco Central para se manifestarem publicamente, inspirado no exemplo do Federal Reserve dos EUA

    Gabriel Galípolo (Foto: Reprodução)

    247 — A nomeação de Gabriel Galípolo como Diretor de Política Monetária do Banco Central gerou um debate sobre a autonomia do órgão. Segundo o jornal O Globo, a questão central é: quem deve decidir se os nove membros do Copom têm permissão para conceder entrevistas à imprensa ou fazer declarações públicas?

    De acordo com a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, circulou internamente no Banco uma circular determinando que todos os pedidos de entrevistas teriam que ser aprovados pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto. No entanto, Gabriel Galípolo defende uma abordagem diferente, afirmando que não é necessário que os diretores do banco se submetam à assessoria de comunicação do órgão, que está subordinada ao presidente do banco e não aos seus diretores.

    Galípolo argumenta que o modelo do Federal Reserve dos Estados Unidos, o Fed, é um bom exemplo a seguir. Lá, os presidentes regionais têm autonomia para se expressar, independentemente das opiniões do presidente do Fed, atualmente Jerome Powell.

    Para o economista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, o Banco Central terá que aprender a lidar com sua nova autonomia na prática. Ele considera o debate como natural, parte do processo de amadurecimento institucional do órgão, especialmente após a mudança na composição do Copom, que agora não necessariamente será totalmente alinhada com o presidente do Banco Central, já que os membros são escolhidos de forma independente.

    O FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), o equivalente ao COPOM americano, é composto por 18 membros, dos quais 11 têm direito a voto, além do presidente do Fed e dos 5 diretores. Há também 5 presidentes dos Feds regionais, que se alternam a cada ano, com exceção do Fed de Nova York, que sempre tem direito a voto, pois é responsável por implementar a política determinada pelo órgão.

    Em resposta à controvérsia, o Banco Central negou qualquer forma de cerceamento da opinião de seus diretores. Em comunicado, afirmou que suas regras de comunicação estão alinhadas com as de outros bancos centrais ao redor do mundo e que não há censura nem exigência de autorização prévia para manifestações públicas dos dirigentes. O BC ainda ressaltou que tem incentivado a expressão pública dos diretores, buscando maior transparência e equilíbrio no atendimento à imprensa e ao público interessado na atuação da instituição.

    O processo de aprimoramento das regras de comunicação do BC envolve análises técnicas e jurídicas internas, aprovação da Diretoria Colegiada e implementação coordenada pelo Departamento de Comunicação e Assessoria de Imprensa. O Banco Central vem estudando como aprimorar sua comunicação e qualquer mudança terá o objetivo de estimular maior abertura e exposição do pensamento de seus dirigentes, em consonância com a autonomia recentemente aprovada na Lei Complementar 179, de 2021.

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: