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Haddad protesta contra Campos Neto: "dialoga mais com o mercado do que com a Fazenda"

Ministro afirmou que volatilidade no mercado financeiro é criada por problemas inexistentes

Fernando Haddad (à esq.) e Roberto Campos Neto (Foto: ABR)

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247 – Os membros do Banco Central (BC) mantêm uma comunicação “infinitamente mais intensa com o mercado financeiro do que com o Ministério da Fazenda”, declarou o ministro Fernando Haddad. Em entrevista ao jornal Valor, Haddad comentou que, por vezes, parece que conversar com a Fazenda é visto como um erro, enquanto o diálogo constante com o mercado não é questionado.

O ministro responsabiliza a volatilidade no mercado por problemas “inexistentes” e evita personalizar o debate, mas admite que a relação com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já foi mais harmoniosa. Na semana anterior, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, Haddad afirmou que os ruídos sobre a trajetória fiscal foram exacerbados por influências externas, sem mencionar nomes diretamente, mas aludindo às declarações de Campos Neto feitas em Washington, em abril.

Campos Neto sugeriu que uma eventual perda de credibilidade fiscal aumentaria os custos monetários, o que poderia impactar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar de considerar a meta de inflação de 3% bastante rigorosa, Haddad negou qualquer intenção de modificá-la, explicando que seu comentário foi no contexto de elogiar a cooperação entre a Fazenda e o BC.

Haddad ainda mencionou que não há pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele privilegie mais o governo do que o mercado. Reconheceu que Lula voltou ao poder com uma “ansiedade” maior para responder às demandas sociais, mas destacou que isso não impediu a aceitação do novo arcabouço fiscal. Quanto à proposta de desvinculação do piso da Previdência do salário mínimo, Haddad afirmou que a questão é tanto econômica quanto jurídica, e questionou sua constitucionalidade. Sobre o plano de ajuste fiscal do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Haddad observou que 80% das medidas já foram implementadas pelo governo federal.

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